domingo, novembro 04, 2007

Sonho acordada



Pode-se dizer que cada pessoa tem sua maneira de sentir-se feliz, com mínimas coisas...coisas bem tolas. É delicioso andar de bicicleta numa noite quente e clara de lua cheia. É bom deitar na calçada de casa e ver as nuvens lá em cima como lençol psicodélico. É saboroso comer algo que foi feito especialmente pensado em você, pra agradar teu paladar. É inesquecível quando sua lágrima insiste em escorrer e vem um abraço seguido da palavra "calma, estou aqui!". É espalhafatoso o sorriso pelo chão quando se ri de si mesmo. É sem fôlego um beijo inesperado na cozinha de casa. É mentiroso dizer que se está bonita quando se levanta com os cabelos pra cima. É arrepiante o picolé de tamarindo num final de tarde. É bom demais sentir a vida que luta dentro da gente, querendo apenas que não sejamos displicentes com coisas pequeninas. E só alguns segundos nos separam de tudo que é importante...então viva!

quarta-feira, setembro 19, 2007

Sobrevivendo sem internet

Não é justo! Agora que finalmente as Chapolins compraram um computador nas Casas Bahia, e acessam a internet discada só no final de semana, eu nem posso falar mal delas no meu blog!
Que ultraje!
Mas tudo bem, apenas quero deixar uma homenagem pras minhas lindas amiguinhas, lembrando do nosso último curso no Hotel Jandaia...Do que era mesmo o curso???

O Menestrel
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se.
E que companhia nem sempre significa segurança.
Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam…
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la…
E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas;
pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas para onde está indo…
mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens…
Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…
Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar…
que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar...

Bju suas loucas!!!
Cuidado com a conta do telefone!

quinta-feira, junho 28, 2007

Cintilantes pensamentos


Minha mente calma. Minha vida serena. Tudo está tão bem e no lugar. Tenho tanto sorriso dentro do peito que ele expande. Como cheguei até aqui...grande e tortuosa caminhada...Avisto do alto, escalei e deixo o vale para trás. Vejo horizontes.
Tive esmero ao escrever cada texto nessa página. Coloquei muito de mim. Descobri que escrever reflete minha alma, sensível alma que tenho. Aprendo na minha leveza que tenho que aproveitar as pessoas. Tocar, abraçá-las no meu calor e sorrir com minha presença. O conviver, a vida real. Escreverei porque esta dádiva me é peculiar, me agrada. Terei outros colares, cintilantes pensamentos. Levitarei se assim me permitir. Agora, não arrebento meu colar, de livres pensamentos. Os pensamentos transitam, num eterno mudar...

segunda-feira, abril 23, 2007

Versos resgatados da agenda


Tenho a estranha mania de escrever pra mim mesma. Mania boba. Mania. Mas vou deixar aqui, meus últimos versos, escritos na minha agenda 2007...

Depois que choro
Desmaio
Desfaço
Desfecho: desamarro
O peito!


Acordei o dia amando
Pois adormeci suavemente
Entre suspiros de paz.
Era teu corpo junto ao meu
Lembrando que é possível
Amar como se a vida
Nos apresentasse novamente:
"Muito prazer,
sou eu!"
Meus versos num domingo
são apenas palavras preguiçosas
esperando que o dia termine
num embalo da rede
e num afago pra sonhar
com a vida que vai recomeçar
no pôr-do-sol de um dia
que não se vai sem o olhar
de saudade de estar
no lar
no sofá
e na espera do próximo domingo...

O relógio já não existe
Tempo...
Para quê?
O relógio interno
É caprichoso...
O meu tempo é outro.
Meu tempo reluta
Ele pode voltar
Ele pode parar
Eu apenas
Contemplo
Meu tempo.

Nenhuma página
deve estar em branco.
A vida exige histórias
O cotidiano
Os sonhos
Tudo acontece a toda hora.
Eu reparo
Eu observo.
Que tenho deixado páginas em branco.

Tenho medo de
um certo dia
acordar sem mim
deixei-me
por tanto canto
que ando sem encanto
subir um degrau da vaidade
quem sabe...
Minha grande vaidade é sentir-me amada.

Minha
vida não é um poema
Não autorizo sê-lo
Eu apenas desejo viver
Com olhos de poeta
Aprender com mansidão de poeta
Sentir com a beleza de poeta
ter em punhos apenas flores
estancar todo sangue
Mas apresentar
a realidade
como possibilidade de paraíso
Eu consigo.

Lá na minha janela
eu escuto os barulhos noturnos
no sábado ruidoso
Afobado, etílico
sensual
libido
É o ar que chega até a janela
É a correria dos carros
A pressa
Será que se sente?
Artificialmente...
Se mente
Ah! Que barulho!
Que mexe, me remexe na cama
Quero dormir...



Brilho
Brilho
Ofusca
Brilho
Passageiro
Brilho
Acabo
Escuro
Brilho
Brilho
Outro dia
Brilho!

Pra mim...Juliana Mendes.

sábado, abril 21, 2007

Solar

Hoje eu pensei em minhas amizades...E que b0m, meu coração se aqueceu. E foi assim como um raio de sol a adentrar qualquer escuridão, todas as meninas que brilharam em meus olhos. O convívio diário, os bons dias e os abraços. Sinceros e desprovidos de qualquer incompletude. As personalidades tão diferentes. Mulheres tão diferentes. Histórias de tanto valor pra meu aprendizado constante. E assim fiquei um tempo lembrando de cada uma, da escola... boa parte está lá...E quando digo que meu local de trabalho é mágico, isso se deve em muito à elas. Nas horas incertas, nas mancadas, no perdão, no reconhecimento da falha, na falta, na ausência, na vida. Sem pessoas em nossa vida, nos fechamos no restrito universo de nós mesmo. Tão limitado. E perde-se a chance de saber que existe tanta luz. Que existe alguém que naquele dia em particular só queria ouvir um boa tarde, queria um sorriso, queria um abraço, um obrigada... simples, terno, preciso, necessário. Vou sorrir mais um pouco, lembrando das " Chapolins mais lindas" e das grandes mulheres de grandes desafios!

quinta-feira, abril 19, 2007

Racionalizar o incompreensível



Imagine um dia normal em sua vida. Mas, um bom dia. Com sol bonito lá fora, criança fazendo festa, amor brilhando nos olhos, satisfação em fazer coisas que ama, e que principalmente acredita. As amigas com tanta conversa e risada, que a hora passa depressinha.O chefe está feliz com você. O porteiro te dá um sorriso e você sai por aí sem nada de aborrecimento. Então...vem lá de dentro um nó bem no meio do peito. E aumenta.Aumenta. Paraliza. E vem o choro. Vem uma onda de tristezas...pra quê? Por que??Estou aprendendo a pensar no meio da crise. De ver lá bem no fundinho do coração, razões tão concretas de uma existência feliz. E ainda vem o abraço, o imenso amor que me envolve e me refaz. Uma mão que não me desempara. Nunca. E vai passando...cessando...sem grandes explicações...

sábado, abril 14, 2007

A solidão é fera, a solidão devora...


Quisera eu, saber me esconder melhor... Nem sei se consigo. Revelo-me tão prontamente. Meu humor, minhas manias, meu jeito risonho, meu jeito emburrado. Onde passo, ali fico...tempo. E tenho pensado sobre o conviver comigo, agora que estou na inconstância do meu humor. Picos de ansiedade, de vitalidade, de saciedade, de felicidade, de ira, de agonia, de tristeza, de vida e até de morte. Embora, compreenda agora... morte de tudo que não me faz bem, que não me acrescenta...que me esgota, que me revolta.
É...um dia de cada vez. Um comprimido pra cada horário certo. Caso o contrário...aperto no peito.

quinta-feira, abril 12, 2007

Triste fim do gato larápio

Era um gato manso. Andava roubando comida em cima das mesas, fogões e cestos de lixo. Não pedia licença. Não fazia alarde. Aos poucos foi conquistando a ira de toda a rua. Tentavam escaldá-lo, assustá-lo com os cachorros. Mas em resposta, apenas seu ratro de sujeira e indignação por o bicho não temer represárias. Eis que dois moleques, bem sádicos, resolvem armar uma emboscada. Nada atraía mais seu paladar que um bom pedaço de carne, de preferência um bifinho, mal passado. Um fica atrás da porta, para fechá-la logo após a investida do gatuno. O outro, com o líquido inflamável e o fósforo. Um jogo mortal. Inocente e despreocupado pelo o que ainda o aguardara, o bichano entra no jogo. E é pego de surpresa. Seu pêlo encharcado recebe o golpe fatal da combustão. A chama viva foge pela porta e busca desesperadamente a rua. Nesse instante, as crianças param a corda de pular e a bola, vendo aquela cena insólita e inesperada. Na sala, estavam o pai, a mãe e seus filhos, os donos do pobre gato. E numa cena macabra, o gato aparece, como que se despedindo de sua família humana, carbonizado em plena varanda. Num grito de horror, sua dona brada aos vizinhos socorro. Em seguida, clama por justiça. Quem haveria de forjar um fim tão cruel para seu bichinho?
A rua, em polvorosa pára diante do acontecido, pasmos com a conturbada histeria da mulher. Aos poucos, notava-se um sorriso de canto de boca de alguns observadores. Mas nada se comparava com as gargalhadas sinistras vindas de certa janela...


segunda-feira, abril 09, 2007

Esqueci de dizer...é outono!

Dentro do carro, Tom me diz: " Repare, as árvores, é outono! "
Um ser, descobrindo o mundo. Um homem. Novos olhares... Reparou no tempo, reparou nas melodias que me cercam, no meu jeito de comer, nas mãos feito criança, juntinhas. Viu meu delicado olhar para as palavras. E veio ler comigo minhas leituras. Emocionou-se. Transfigurou-se. Deixou cada emoção surgir, boa, má, mas revelou-se. Fala. Ouve. Sente. Demonstra. Que caminho árduo até retornar para mim. Que cela. Que solidão. Mas trazia em si algo imutável. Valores. Sentimentos. Determinação. Ousadia. Fé. Perseverança. E juntou minhas mãos, paralizadas. E secou cada lágrima. E seu abraço, e seu afago...o colo. " Estou aqui, ao teu lado ". Nada mais simples. Cumplicidade num recomeço difícil, conturbado. Mas nem a dor em meu peito, nem as emoções sem controle, afastam. Não. Descubro tudo novo. Me assusto.Me vejo nos desejos sinceros de outrora. Realidade. Se as folhas caem, se tudo fica tão frio e cinza...outono, inverno, inferno...sei lá. Ainda assim, quando o destino é ser melhor do que se foi, as cores vão retornar, a beleza, a poesia, os ternos sentimentos. Coração aberto. Não me sinto só. Vou colher minhas descobertas, vou semear ainda o necessário amor, pra admirar enfim, tudo que ainda está por vir.

domingo, abril 08, 2007

Palavra



imagine um sentimento água.

um sentimento árvore.

uma agonia vidro.

uma emoção céu.

uma espera pedra.

um amor manga.

um colorido vento sul.

um jeito casa

de ser.

uma forma líquida de pensar.

uma vida paredes.

uma existência mar.

uma solidão cordilheira.

uma alegria pássaro em chuva fina.

uma perda corpo.



Viviane Mosé

Abra sua janela


Lá fora
tem muito mais
A música
O poema por ver...
Ver a beleza
Escondida
Atrás das paredes
Entrelinhas constantes
Visão restrita
Dos que sentem
dos que se permitem sentir
A pulsação
A vida
Em cada paisagem
pela singela
janela.
Juliana

Chocolate, chocolate!


A casa em silêncio, uma mãe pelo chão...fazendo pegadas do Coelhinho da Páscoa até o ninho preparado pelas crianças. E amanhece, e encontram os ovos no ninho. Correm até a cama. E os pulos e a gritaria. Feliz Páscoa!!! Feliz Páscoa!!!
" Existe Coelho da Páscoa?"
" O que você acha?"
" Eu acho que sim..."
" Então tá.."
É enganar?
Não. É respeitar a fantasia, a imaginação infantil, que no seu tempo certo, vai concluir que é absurdo um coelho distribuir ovos de chocolate, assim como a Fada dos Dentes, o Papai Noel, tudo acaba um dia. A ilusão se desfaz por si mesma. E eles estão alegres e hoje os vi repartindo os chocolates. Entre os primos e tias, a família...Tive orgulho, entenderam o mais precioso, a maneira eficiente que a doação nos traz alegria, no ato de ser menos egoísta. De se importar. Com outros.
E vamos nos abraçar, e vamos celebrar tudo que significa a data. Uma palavra: renascer. E esta é sem dúvidas a palavra que vem mais forte em meu coração. Desfazer velhos hábitos, abrir as cortinas onde escondia meus desejos, fazer a fala ser ouvida, fazer coisinhas bobas que havia esquecido como eram boas. Desobedecer a tristeza, fazê-la tornar-se piada diante da grandeza da vida. Tenho ouvido tanto, prestado atenção naquilo que reluto a reconhecer falho em mim, e também tudo que gera admiração. Eu modifico, eu recomeço sem preguiça e sem desculpas. Com energia?
Chocolate!!!!!
Recuperar a doçura. Resgatar as doces palavras. Expressar. Saber tocar corações amargurados.
Sentir prazer indescritível com coisinhas tolas. Fechar os olhos ao morder um bombom, derretê-lo na boca e sentir que em breve instante, é apenas o que importa. Valorizar momentos. Valorizar a presença das pessoas. Amar cada reencontro. Sorrir com as histórias que podemos recordar juntos. Enfim, mesmo que pareça piegas demais, amar ainda é a única maneira de superar as falhas, de perdoar com sinceridade, de sentir que vale a pena. Tudo. A vida...

quinta-feira, abril 05, 2007

A escrita

Saudade! Do meu blog... Ah, tão adolescente! Que nada. São meus pensamentos soltos numa rede sem fim, num emaranhado de teias, uma renda tecida com cuidado, invisível, olhares que me fogem e que desconheço.
Fiquei sem escrever, por aqui. Mas tantas coisas para se fazer, tantos assuntos na vida real, na qual eu tenho escrito caprichosamente a palavra renascer. Renasço, refaço e reaprendo. Tudo tão particular e belo. Minha vida em minhas mãos. Meus desejos, minhas insondáveis questões revistas por mim com olhar de aprendiz, mas com maturidade e confiança.Confiança em mim mesma e em minha capacidade de superação, de levar a sério minhas escolhas e fazê-las tão possíveis, tão importantes ao me tornar melhor. Um pouco de cada vez. Com quedas, mas com impulso imediato, buscando continuar e a fazer os dias melhores, a ter sentido, a sorrir com a brisa em meu rosto e a olhar pra dentro e ter a certeza que estou indo bem... E escrevo pra mim mesma, muitas vezes. E meu punho não dói, meus olhos não cansam e meus sentimentos estão comigo, sempre me ajudando a ser mais verdadeira.
Escrevo, escrevo... minha vida.

terça-feira, março 13, 2007

Distraída


Sempre fui distraída, esquecida e desajeitada para muitas coisas. Tenho o péssimo hábito de esquecer aniversários, horários dos médicos, compromissos sem fim. Tive muita vergonha de dar vários foras, de chegar atrasada, de errar as datas e os locais. Já dei muita raiva a quem depende de mim... Perco as coisas, sou desorganizada. Detesto arrumar gavetas. Não me importo muito com o relógio, aliás, eu nunca sei onde o guardo. Não tenho guarda-chuva. A chuva sempre me pega desprevenida no meio da rua... e quase sempre com meu belo penteado. Minhas contas eu levo a sério. Dou sempre prioridade para a tia que vende pão na frente da escola, pago ela rigorosamente em dia. Deixo sempre a Riachuelo e a Pernambucanas, pois o serviço de cobrança nunca me deixa esquecer, ligam pra me lembrar, lógico. Devolvo livros e Cds, mesmo que passe mais de um ano, mas devolvo. Adoro emprestar roupas e não ligo se não me devolvem. Acho bobeira gastar dinheiro com tanta roupa, calçado. Mas nem vejo o quanto gasto com minhas canetas coloridas, com o sorvete da esquina e com as figurinhas da banca. Faço vaquinha pra comprar lanchinho nas reuniões de planejamento. Não é pela comida. É por poder ficar conversando fiado com as meninas, minhas amigas professoras. Não gosto de ligar para ninguém. Detesto falar ao celular. E me irrito com as chamadas não atendidas. Eu nunca retorno, ainda mais se não souber quem é. Fico muito tempo sem dar notícias para minha avó, tadinha. Aflita com uma neta ingrata como eu. Esqueço de ligar. E ela nunca esquece de me dar seu colo e de falar até o que eu não quero ouvir. Ando fugindo de ouvir o que não quero. Não gosto mais de nenhum tipo de cobrança. Estou numa fase egoísta. Eu sei... preciso mudar tanta coisa! E esqueço de coisas importantes também, que depois me vejo muito apurada. Esqueço do meu dia e horário na análise. E vou ficando com tudo aqui na minha cabecinha de vento. E me chateio com esse esquecimento, pois sei que é minha fuga. No fundo, esqueço porque sou malandra. Uma defesa consciente. Mas vou parar com essa distração, pois serve para ir muito além da minha superficialidade cotidiana. Eu preciso fazer algo por mim, com responsabilidade e disciplina. Ser uma moleca, mas só com a vida e não comigo mesma.

Resista

Resista a toda maledicência
A toda inveja, a toda ira
A toda tarde sombria, a toda mágoa contida
A tudo de negro no coração
A toda lembrança que fere
A cada lágrima que escorre
Na tristeza que se esvai.
Resista a toda preguiça
A toda tolice
A toda mentira
A falsidade
A crueldade
A solidão.
Num dia sem razão
Assim quase sem querer
Vai voltar a esperança
O riso
A vida...
A vida sempre será mais forte
Atropelando
Ensinando
Refazendo
Incrivelmente bela
Veloz
Imprecisa
Necessária
Nova.
Resista
Reviva
Viva!

Juliana

segunda-feira, março 12, 2007

Na estrada

Final de semana diferente e muitíssimo especial! Com a família, fui para Dourados, comemorar um ano de idade do Arthur, filho da minha amiga Dani e do meu amigo Daniel. É tão bom ver como chegaram até aqui. Meus grandes amigos. Ainda lembro do dia em que o Daniel chegou com a Dani no Strike, onde estávamos loucos pra conhecer a mulher que estava fazendo o Daniel ficar um moço mais ajuizado, digamos assim. Mas a Dani fez muito mais por ele, e ele por ela. Casaram. E nós sempre unidos. Três casais. Eu e o Tom. O Cláudio e a Valéria. Daniele e Daniel. Pessoas tão diferentes. Como sempre acontece. E no caminho, com aquela bucólica paisagem do centro-oeste, onde plantações de soja formam tapetes infinitos no horizonte e o gado nas pastagens, me fizeram pensar bastante na vida. E dessa vez foi bom pensar nela e nas pessoas que estão comigo, há tanto tempo. Das nossas divertidas histórias, das viagens pra praia, das baladas fortes na night, na emoção de ter os filhos, ( o exagerado do Cláudio e a Va tiverem três, um atrás do outro!!!), e como cada um está sempre presente, ajudando e tornando a palavra amizade algo tão forte e importante para trazer luz à nossa vida. E na estrada, ali bem sentadinha curtindo os minutos pra voltar pra casa, senti que sempre voltamos para um mesmo lugar. O lugar da segurança, da realidade e das coisas que nos são valiosas. Eu volto a cada dia para a vida real. Eu estive numa estrada, e me senti triste ao perceber o tão longe fui, até de mim mesma. E a volta é difícil, mas necessária. E cada vez mais próxima, percebo que volto, mas as coisas estão diferentes. Eu estou. Quem me espera está. E ainda por cima, há uma torcida para dar apoio, pra dizer palavras de solidariedade e de esperança. São meus amigos. Grandes amigos. E tudo se renova. E vem mais aventura, mais emoção, mais aprendizagem. Minha estrada parou de ser deserta. E escura. Agora, admiro, respiro, dou risada. E se chorei, se quis morrer, se achei que nada valia a pena, agora penso tão diferente. Eu olho pra trás, para ver o que me vale de verdade, o que me serve de bom, mas estou atenta a frente, aquilo que é preciso estar conquistando. No entanto, é onde estou, é onde está meu coração, a minha mente, que me concentro e me vejo, refazendo meus pedacinhos, reconstruindo meus sonhos, fazendo valer minhas vontades e dando a todos o melhor de mim. Ainda que este seja pouco, ainda que eu tenha minhas imperfeições. Quem me ama, está disposto a continuar ao meu lado. E tenho tanta gente. Mas a pior solidão, que é aquela acompanhada, essa não me pertence mais. Eu me sinto bem acompanhada e sei com quem posso sempre contar. E assim sigo, e assim é a festa de novas vidas, sempre com alegria, esperança de criança, sorriso e sinceridade constante. Eu na estrada... eterna criança.

sexta-feira, março 09, 2007

As rosas preferidas


Ontem reparei nas flores. As flores pelo Dia Internacional das Mulheres. Quando penso nesse dia, logo vem em mente os sutiãs queimados pelas revolucionárias operárias. Essas sim merecem um aplauso, pela época, pelo contexto em si. Tantas são as mulheres de valor, aquelas que encararam a vida não como um discurso vazio ou feminista hipócrita, querendo uma piedade por ser uma mulher, ou pior, favores revestidos de auto-piedade. E na eterna discussão entre ser mulher, ou o que seja uma mulher, não sinto ser verdade que somos vítimas. Vivia como uma vítima, me sentia até feliz por ser! Mas é um preço muito alto a ser pago. Quando deixa-se de expor suas idéias ou vontades, pra qualquer ser humano, isso é anulação, é comodismo. Independente do sexo. Mas há uma tendência, na própria criação que muitas mulheres são submetidas, de ser a protetora, aquela que consegue aguentar quase tudo com um sorriso nos lábios. Isso é irreal. Acho graça de pensar na minha condição de mulher. O tanto que ouço reclamações das amigas. Todas reclamam dos homens, esses insensíveis e desprezíveis seres que nos fazem sofrer até a morte... mas que os adoramos e fazemos de um tudo para tê-los ao nosso lado! Que paradoxo!
Num salão de beleza, local de pura tortura, as caras de dor valem a pena, só pra ganhar um olhar, um elogio. Mas tola mulher que usa desse expediente para chamar a atenção. Ajuda, mas pode não ser o suficiente. As rosas merecidas, são aquelas da admiração, da união de idéias e valores. São mais perfumadas, quando dadas em dias comuns, são mais belas ainda quando não se espera. Ser uma mulher, passar por toda TPM, toda depilação, todo trabalho de parto e ainda ver as bundas da tv dar ibope, me irritam, mas isso é outra história. Cada um sabe o que fazer com sua bunda!
Eu vou lá ver as flores que tenho em mim, pois elas desabrocham em minha mente. São meus pensamentos que florescem, a cada dia que vejo que a vida, sendo mulher ou homem, tem tanto a nos oferecer. Basta ter coragem e seguir com muito amor no coração.

quarta-feira, março 07, 2007

Ainda bem...


Ainda bem
Que você vive comigo
Porque se não
Como seria essa vida?
Sei lá, sei lá
Nos dias frios em que nós estamos juntos
Nos abraçamos sob o nosso conforto de amar, de amar

Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não daria
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte

Ainda bem
Que você vive comigo
Porque se não
Como seria essa vida?
Sei lá, sei lá
Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não daria
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte

Neste mundo de tantos anos
Entre tantos outros
Que sorte a nossa hein?
Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois, esse amor.

Entre tantos outros
Entre tantos anos
Que sorte a nossa hein?
Entre tantas paixões
Esse encontro
Nós dois, esse amor.

Vanessa da Mata.

Estou esperando...menos de 24 horas. O tempo não passa, mas a chegada, é a certeza de pura felicidade! E a música vai embalar a noite, e a brisa vai trazer a suavidade necessária... e meu leito vazio...te aguarda! Sempre! Ainda bem que você, sempre está comigo... e é capaz de superar todos os meus devaneios, pois me diz... por você, vale a pena! E me convenço...eu valho a pena!

terça-feira, março 06, 2007

Te vejo


Almas suspensas no ar
Por entregarem-se no amar
Nada fácil...

Encontrar
Desencontrar
Aceitar
Que meu colo vazio estava
Que nada parece no lugar:

Quando não me vejo
Dentro do teu olhar
Na hora de te amar.
Juliana.

Menti


Não cola
Não rola
Vou pegar meus desejos
Fazer um pergaminho
Escrever em hebraico
Todos os caminhos
Que te levem ao meu bem querer

Não facilito
Resisto
Pra no fim te olhar de lado
Sorrir de um jeito maroto
Que era pra te enlouquecer
Que menti não te querer!

Juliana.

domingo, março 04, 2007

Niver da Taís

Neste sábado, nos encontramos, "só para mulheres", no Caramelo. Motivo mais que especial: Aniversário da Taís!
Estavam as amigas, a família e as filhas. Todos para brindar a data e desejar para Taís tudo de melhor que a vida possa dar. Na foto, apenas o pessoal da escola. Pessoas que eu amo muito, que quero sempre presentes em minha vida. Entre elas a...
Taís!
Sempre trazendo para mim o incentivo, a compreensão e a amizade. Se posso desejar para ela algo verdadeiramente importante, seria o amor. O eterno recomeço, o entendimento e superação. Não é fácil com certeza, lidar com os humores. Ainda mais quem tem uma alegria tão grande. Mas sei que tudo em nossa vida vem de encontro ao nosso aprendizado, e as pessoas estão sempre ao lado para também aprenderem conosco. Que cada dia as pessoas ao seu redor abram seus olhos, seu coração, e deixem que a alegria fale mais alto que qualquer incompatibilidade de gênio e humores. Amo você Taís!

sábado, março 03, 2007

Especiais!

Tenho a grande oportunidade de trabalhar em uma escola inclusiva. Há muitos anos, a equipe despertou para uma realidade latente. A inclusão no ensino regular de crianças com necessidades especiais. No começo, não havia nada, nenhum suporte, nenhum parâmetro... apenas boa vontade. E foi algo totalmente novo. A etapa de quebrar as barreiras do preconceito, bastante desgastante. Mas houve determinação. Houve esclarecimento e preparo. Estudamos, tivemos muitas dúvidas, sofremos, descabelamos quando deixávamos a ansiedade, a culpa ou a insegurança nos confundirem. Algumas vezes quisemos desistir. Uma sala, muitas adaptações e o firme propósito de fazer o impossível acontecer de maneira possível. Não é apenas o ganho social, não é apenas a aprendizagem. A inclusão rompe barreiras invisíveis aos nossos olhos. Ela possibilita lidar com as diferenças, com as limitações e acima de tudo com o amor incondicional pelo o que se faz. Aceitar, compreender e ter sensibilidade. Saber aquilo que fica escondido numa birra, numa recusa, numa agressão, num olhar perdido ou num choro. As crianças com necessidades especiais mais nos ensinam do que se pode imaginar. Nesse caminho, eu tive anjos, crianças que guardo em meu coração como flores de minha colheita. Colhi meu trabalho mais bonito e mais intenso em cada uma delas.

quinta-feira, março 01, 2007

Eles se amam...


Ter um casal como este é não ter monotonia 24 horas. O dia inteiro estão procurando alguma arte para fazer. Tento deixá-los ocupados... mas nem sempre há tanta coisa ou imaginação da minha parte. Esses dias, após assistirem Zoboomafoo, onde aprenderam que ovos precisam ser chocados para que nasçam os filhotes, sorrateiramente foram até a geladeira, pegaram ovos e levaram para o quarto. A intenção era chocar os pobres ovos, mas abaixo do edredom!!! Por um fio de cabelo, não sentaram em cima, pra "esquentar" melhor os ovos...
Bom, as brigas também fazem parte... Quem vai entrar primeiro no carro, quem vai apertar o botão do elevador, quem vai ficar sentado no sofá maior, quem vai tomar banho por último, quem vai terminar a tarefa da escola primeiro ( nessa a Isa está em grande desvantagem!), quem vai colocar a ração do Bisteca, quem o Bisteca vai correr mais atrás, enfim, é um brigueiro só. Muitas vezes me sinto uma Embaixadora da Paz, buscando diplomaticamente fazê-los ceder, compreender que precisam dividir e respeitarem-se mutuamente. Nada fácil, mas precioso. E há tantas risadas no intervalo... Mesmo quando o Pedro pertuba o pipoqueiro na frente da escola, ou quando a Isadora emburra, ( igualzinho a mãe), porque suas vontades não foram supridas. Filhos de ouro, presentes de Deus. Amores eternos!

Bom dia!


Quando escrevemos, deixamos tanto de nós. Eu gostava do papel, da escrita na fina folha. Gostava de ver minha letra ali, bonita e redonda. Sabia que a pressão no caderno era minha ansiedade. Onde vou escrevo até em meus pensamentos. Nas linhas da imaginação. Algumas coisas eu me desfaço, sendo desnecessárias ou que me causem desconsolo. Então achei um jeito novo de mostrar. Escrevo na tela. Aqui tenho minhas imagens. Aqui não controlo quem me vê. Qualquer pessoa pode ler e me ver. Nas entrelinhas do que escrevo, deixo tanto de mim. E não tenho medo de ser julgada, vista, ou quem sabe, criticada. Pois escolhi ser assim, um livro aberto. Algumas vezes, posso me ferir, outras posso me surpreender. Mas tudo que vivo, tudo que acredito, sempre me foge. As palavras são por vezes teimosas e querem sair de mim, sem pedir muita licença. Isso me faz bem, eu desobstruo as vias que sufocam meu coração. Então fico mais leve e mais feliz e isso acalma. Se deixo tristeza, é pra ser feliz mais tarde. Se deixo humor, é por querer compartilhar. Se deixo amor, é pra dar esperança que os sentimentos têm os seus momentos, mais inesperados. E se não consigo fazer um sol surgir no meu peito, é porque ainda não amanheci o suficiente pra contemplar um novo dia. Mas pra isso, preciso descanso. E adormeço pra depois me ver no meio dia, sorrindo e tendo a certeza que a vida sempre vai me trazer grandes momentos. Bom dia!

sábado, fevereiro 24, 2007

O que deixei...


No conhecido arame farpado
Aquele que nos lançamos
Para descobrir o que há de novo
Deixamos um tanto de nós
Pele
Sangue
Perfume
Mas há de ter beleza
Quando descobre-se outros meios
De não ferir
Agredir
Arrancar
Deixo pra trás um tanto de mim
Pra refazer e tranformar
E cuidadosa
Continuar a descobrir
Amar sempre
Fechando cada ferida
Com a delicadeza dos sentidos
Com a verdade
Com tudo que ainda
A vida me presentear
E eu própria realmente conquistar.
Juliana

Inevitáveis transições

O primeiro livro que li de Lya Luft veio numa época bem conturbada da minha vida. Perdas & Ganhos tratava justamente de questões que me sufocavam assim que completei 30 anos. Aquela sensação que dá "o que estou fazendo da minha vida?" Uma lacuna que abre assim que a maturidade começa a surgir realmente em nossa vida. Ser mulher, mãe, profissional, filha, amiga. Tanta coisa a ser revista e questionada. Parecia ter aberto as portas do inferno naquele momento. Mas tão necessário, tão comum que só quem não presta atenção em si mesmo não é capaz de perceber que a cabeça e o corpo estão entrando numa outra fase. Se ela é boa ou não depende da concepção de cada um. O livro me ajudou e ao mesmo tempo mexeu bastante. Necessário, com certeza.
No aeroporto de Congonhas avistei Em Outras Palavras, da mesma autora. A análise de suas crônicas me ajudaram a perceber que a vida possui nuances que estão sempre nos impulsionando ao eterno questionamento daquilo que somos, que pensamos ser e do que gostaríamos de ser. Embora sejam fragmentos da vida real, tais textos foram aproveitados para acalmar minha mente confusa com a realidade necessária.
No consultório da minha psicanalista, estava folheando uma revista Veja tardia, e encontro mais um narrativa de Lya que vem de encontro aquilo que sempre pondero, que reflito no meu cotidiano e que acontece aos montes pra tanta gente. É uma pena que nem todos possam ter o mesmo olhar para as coisas. Mas a diversidade está aí pra provar que as diferentes concepções e atitudes é que fazem do ser humano algo tão amplo, tão cheio de sentimentos que por vezes se ocultam, mas em algum momento latente, há de transbordar pra fora. E cada um sabe de suas questões mais íntimas, suas verdades ou ausencias. Quem se esconde, sofre. Quem se lança, arrisca-se, machuca-se mais talvez, sangre com mais gosto, mas a vida é verdadeira e sua sinceridade consigo próprio liberta. Eu tenho mostrado pra todos aquilo que sou, bem ou mal, agradável ou repulsiva, sou eu na mutação, na busca de refazer tudo que se rompeu. Reconstruir demanda tempo e capricho, atenção e amor próprio em doses bem altas. Quem sabe surja algo melhor em mim. Quem sabe, toda perda realmente nos traga aquilo que é necessário à nossa vida.

" ... Não queremos perder nada e, se pudéssemos, teríamos amarradas em nós todas as coisas positivas, os momentos felizes e as pessoas amadas- levando-as conosco feito um tesouro sufocante, pois o que é bom, quando agarrado com unhas e dentes, aprisiona.
Viver é perder, viver é ganhar, e quando escrevi um pequeno ensaio chamado Perdas & Ganhos, eu falava nisso. Alguém comentava que escrevo sempre sobre as mesmas coisas: pode até ser. Todo artista tem seus temas viscerais, dos quais não quer se livrar. Ao contrário, ele o repete, exorcisa e transfigura de muitos modos, não repetindo por pobreza, mas intensificando para melhor se expressar.
Porque é assim que se faz. Ou é assim que eu faço, e falo da vida. Quando falo da morte, também falo da vida. Quando falo de vida e morte, falo em relações amorosas- ou rancorosas. Quando escrevo sobre palavras ou linguagem, escrevo sobre silêncio e incomunicabilidade.
Esta é, aliás, uma das marcas do ser humano: não saber se comunicar.
Quanta dor, quanto mal-entendido, quanta calúnia, quanto abandono e incompreensão devidos a palavras e emoções mal expressas, mal ouvidas, mal sentidas, insuficientes ou excessivas. quanta perda, ou melhor: quanto desperdício.
Mas nem todas as perdas são vida jogada fora: algumas são necessárias. É preciso saber alternar as perdas com novos ganhos. Alguns deles, aliás, dependem da anterior perda. Somos contraditórios como tudo o mais.
Trabalho no momento em dois projetos, um ensaio sobre silêncio e incomunicabilidade e um livro de contos. Percebo, porém, nessa singular autonomia que a obra tem relação ao autor, que talvez ambos acabem fundindo num romance. Muitas vezes foi assim, muitas vezes será. om artista precisa de boa escuta: seguir o sopro do vento interior, que não é para elogios, críticas, vendagem ou fracasso, mas acontece num outro registro, que só ele percebe. É dele, ninguém mais tem acesso-nem deve ter.
Nesse novo trabalho ainda indefinido, ainda emergindo das águas profundas, escrevo sobre relacionamentos deteriorados, ou delicados amores. Sobre a nossa dificuldade em ser mais felizes, sobre a luta eterna entre pulsão de alegria e desejo de término e morte.
Por erro de momento e cálculo, podemos perder tempo e vida- mas podemos ter novos ganhos, se não formos nem tolos nem rígidos demais, se o vício da autoflagelação não superar o de realização. Podemos ter um amor bom porque perdemos o que estava distorcido e ruim. Podemos ter uma vida nova porque superamos a outra, que era tormentosa e falsa. Podemos ter novo projeto de trabalho porque o outro não satisfazia mais. Isso é que chamo de arrojo, audácia positiva, salvação.
Repito, muitas coisas é preciso perder. É preciso saber perder. A criança tem de perder de certa forma a mãe para a reconquistar em outra maneira, não mais a mãe todo-poderosa, sem a qual não sobrevivemos nos primeiros anos, mas a que estimula e concilia, que empurra para cima e para adiante, nos respeita no que somos e podemos fazer- e assim também nos perde um pouco, para nos ganhar melhor.
Quando adultos, temos de ratificar essa perda, tornando-nos mais autônomos, menos rebeldes porque mais tranqüilos. As naturais implicâncias entre pais e filhos, sobretudo mães e filhos, cedem lugar a uma nova camaradagem, mais alegria e apoio mútuos.
Só quem não quiser botar rédeas e algemas poderá- sabendo perder- ganhar parceiro ou parceira carinhosos e alegres, em lugar de relações que parecem câmaras de torturas óbvias ou, pior, sutis.
O que é esse perder?
É, de novo, olhar o outro, abrir-lhe os necessários espaços, permitir que o bom senso fale mais alto que o egoísmo.
E, se algum dia houver uma real separação, nada mais digno, mais respeitável, do que deixar o outro ir, preservando os momentos bons que houve, para que não se envenene o que um dia foi amor e compromisso mútuo.
Se não formos demasiados neuróticos, os mais belos momentos estarão em nós como fundamento de uma nova experiência.
O que não podemos perder de verdade é a capacidade de contemplar e curtir a beleza e os afetos, de manter a compostura, o orgulho e a esperança. Se os deuses nos ajudarem a tanto, porque às vezes isso é dura tarefa."

Inevitáveis transições.
Lya Luft. Revista Veja.
13 de dezembro, 2006


sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Sede


Era uma miragem na minha frente
Reparei da minha sede
Que absurdamente não me conteve
Lançar assim ao desconhecido
Arriscar num deserto
Sem saber onde ia dar
Mas veio a noite
E ela é gélida
Meu coração petrificou
Solidão

Tempestades
Rumo incerto
Medo

Atravessei boa parte
Sem saber pra onde ir
E restava apenas
Contar com minha sorte

De repente, não olho mais as lágrimas do caminho
Olho o horizonte
Lindo
Vou de encontro ao que perdi
Quando esqueci de me amar
E encontro o que ainda sou
Vou partir
Para onde a sede
É saciada
Relva, fresca
Abraço ao que vem de encontro
Não procuro
Me acham
Não fujo
Me vejo
Me amo.
Juliana.

Amor de índio


Amor de Índio

Filho dos Livres

Composição: (Beto Guedes e Ronaldo Bastos)

Tudo o que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado, meu amor.
Enquanto a chama arder,
Todo dia te ver passar,
Tudo viver ao teu lado
Com o arco da promessa
No azul pintado pra durar.

No inverno te proteger,
No verão sair pra pescar,
No outono te conhecer,
Primavera poder gostar
No destino que se cumpriu
De sentir teu calor e ser todo,
Todo dia é de viver
Para ser o que for e ser tudo.

Sim, todo amor é sagrado
É o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor.
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E se alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver.

No inverno te proteger
No verão sair pra pescar,
No outono te conhecer,
Primavera poder gostar.
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor e ser tudo.

Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
No destino que se cumpriu
De sentir teu calor e ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for e ser tudo
Para ser o que for...
Pra viver...

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Dose diária

Quando acordar e sentir o peito preso, vou correndo atrás da dose diária de meu ânimo. Não é uma droga ilícita, não tem uma composição definida. O improvável sorriso da manhã só é possível se consigo tomá-lo. Simples Bom Dia! Abraço apertado, olhos brilhando... Que bom você em minha vida!

Um novo membro no clã

Senhoras e Senhores..este é o novo membro da família: o Bisteca!
Ganhei o Bisteca ontem, da minha aluna Isabela. Fui buscá-lo embaixo de chuva, sem pensar muito, pois apartamento, cachorro e duas crianças... pura loucura!
Mas ele é fofo demais, irresistível. Faz cocô e xixi sim, mas nada assim tão ruim. E estava na hora das crianças terem um bichinho de estimação. Eles queriam muito, pediam o tempo todo para ter um cachorrinho. Eu dizia que apenas quando eles me mostrassem saber cuidar pelo menos dos brinquedos espalhados, eu pensaria. E eles melhoraram bastante. Cada um cuida do seu quarto e de suas coisas. Agora ganham mais responsabilidades, rodízio pra cuidar do Bisteca e de suas sujeirinhas. Ontem colocamos o Bisteca pra dormir na área de serviço, num travesseiro fofinho, com um ursinho de pelúcia que era meu ( meu Panda!), um relógio pra fazer tic- tac no ouvido dele, ( dizem que acalma o cachorrinho) e ele dormiu... Mas 6 horas da manhã, ele começou a chorar, baixinho, mas eu escutei. Levantei, abri a porta e deitei com ele lá no sofá. Ih..acho que vou dengar o bichinho demais! Que sorte do Bisteca!

sábado, fevereiro 17, 2007

Meu Carnaval

Teve um tempo que eu dizia com todas as letras que "Odiava o Carnaval!" Tudo porque sou péssima em sambar, não curto o ritmo e muito menos tenho vontade de ir "pular " por aí. Depois veio a onda das músicas axé, que tomou conta da festa. Pior ainda. Tenho a sensação que os cantores só faltam dizer nas músicas: "Deita! Rola! Dá a patinha! Finge de morto!" É despeito? Pode até ser... Mas que eu não pago o mico de ficar rebolando semi-nua por aí, isso eu não faço. E outra coisa que eu odeio ainda... a programação da televisão. Já fico esperando as mesmas notícias: " O mais tradicional bloco, O Galo da Madrugada..." Todo ano tem a mesma seqüência de notícias. No meio colocam o saldo de vítimas do trânsito ou as confusões costumeiras pelo excesso de álcool. Bom...mas estou bem de boas...Que chato ficar falando mal da felicidade alheia. Eu vou curtir muito meu feriado. Vou visitar quem eu sempre falo que vou e nunca arrumo tempo. Passear com as crianças. Soltar um sorriso toda vez que lembrar que tenho 5 dias pra não ter hora pra nada, só pra me divertir com minha família. Sair pra namorar, contando com o apoio logístico da cunhada do peito, e poder fazer o momento de alegria vir de dentro pra fora. Assim bem natural. Pois a vida começa ter novo brilho, depois de tanta obscuridade e sofrimento. Agora é fazer as coisas acontecerem para a alegria não depender nunca dos outros, das datas, de nada...apenas o Carnaval interno que meu coração vai ditar, um ritmo, uma nova melodia. E que esse Carnaval seja assim, festa do meu bloco, o bloco daqueles que sabem que tudo tem sua hora, mas nada impede que a alegria acompanhe e que tudo seja muito melhor! Vamos pra folia...
Duas semanas de aulas divididas pelo feriado do Carnaval. Sinceramente apenas depois que acaba a folia do Carnaval que podemos dizer que o ano começou, não tem jeito. Os parentes voltam para a casa, quem estava viajando volta pra cidade e assim todo mundo volta para a labuta diária, para seus afazeres e a vida normal. Essas duas semanas foram importantes demais. Conhecer os alunos, suas características e como cada um reage diante das situações de sala de aula,dos conteúdos. Dar aula para a própria filha será um grande desafio. Para nós duas. Até aqui, tem sido muito positivo. Estou muito animada com as possibilidades desse ano. Feliz de ter uma turma animada onde dedico e sinto-me muito disposta. E meu medo de não segurar minha onda devido as interpéries das minhas emoções passou longe de influenciar meu trabalho. Eu faço tudo com muito amor, costumo me entregar assim aquilo que amo. E o resultado, a felicidade e realização pessoal não tem preço. Realmente, sou uma pessoa de muita sorte e descubro a infinidade de coisas que ainda posso fazer e que no fundo não é apenas para o meu benefício próprio, sempre faz parte de algo que abrange tantas pessoinhas que estão sempre iluminando meu caminho com toda a doçura que as crianças podem ter em nossas vidas. Sinto que esse ano será sensacional para todos nós!
Ir comprar a fantasia, preparar, esperar o dia do bailinho da escola é um momento cercado de tanta ansiedade. Na escola, encontrar os amiguinhos todos com suas roupas coloridas e entrar no mundo imaginário dos heróis, fadas, princesas e personagens das histórias. Todos muito lindos, uma alegria indescritível. Isadora minha princesa estava assim, linda, alegre e animadíssima no baile. Dançando, jogando serpentinas e confetes para todos os lados. Juntos com todos os colegas a farra era tanta que não dava vontade de ir embora para casa. Todas as crianças da escola juntas, nenhum choro, nenhum tombo, nada que estragasse aquela folia de ser criança e de curtir um Carnaval como se deve ser, num alto astral, na amizade e na alegria de se divertir com a fantasia, com o brilho e o ritmo que inspira o requebrado. Sem os apelos eróticos, sem a malícia, apenas a alegria em sua pureza. Que belo exemplo das crianças. Os adultos precisam aprender tanto com vocês...


quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Beija eu...


Beija Eu

Marisa Monte

Composição: Marisa Monte

Seja eu,
Seja eu,
Deixa que eu seja eu.
E aceita
O que seja seu.
Então deita e aceita eu.

Molha eu,
Seca eu,
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu.
Anoiteça e amanheça eu.

Beija eu,
Beija eu,
Beija eu, me beija.
Deixa
O que seja ser

Então beba e receba
Meu corpo no seu corpo,
Eu no meu corpo.
Deixa,
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça...

Eu tive um sonho muito doido com a Marisa Monte. Tudo bem que eu amo de paixão as músicas dela... Mas sonhei que ela me vendia um carro. Mas não era um carro qualquer. Era seu Fusca 67 azul e rosa pink. E comprei pela bagatela de 1.500 reais! Tudo bem que estou cada dia mais metida dirigindo. Tudo bem que esses dias meu marido pediu pra eu parar o carro pra não bater na pilastra da garagem do prédio e eu segurei a pilastra com as mãos pra fora do carro. ( E eu dentro do carro e atrás do volante!), mas um Fusca!!!??? Putz, se eu comprar ou ganhar um Fusca não reclamo, o problema é que acho difícil achar um com air bag...

Mudando de assunto...

Se existe coisa mais gostosa de se fazer que beijar, esqueceram de me contar. Bom, existem coisas diferentes digamos assim. Mas um bom beijo pode fazer toda a diferença se estamos meio desanimadas ou de cabrum. Terapia do beijo pra todo mundo. E daqueles demorados e muito gostosos...Peraí, vamos beijar!

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Na Balada 2


Sair com as pessoas que amamos é sempre algo revigorante, animado e essencial para o sorriso sair levinho de dentro do peito. Ouvir as histórias do "Alfred Gump", trocar idéias com a Lê e sentir o coração acelerar com tudo que o Tom tem feito para me fazer tão feliz. Sua paciência e carinho, sua atenção e presença estão sendo capazes de trazer tanta beleza de volta a todos os meus dias. Assim caminhamos, todos na busca da felicidade, do recomeço e eu da grande certeza que sou amada, querida e estimada. E assim fica fácil enfrentar as angústias, as tempestades internas que faço pra mim mesma. Sempre tem uma mão ali do ladinho, um abraço pra acalmar, um colinho. Vou me fortalecendo e descobrindo vários motivos pra fazer novos planos, redirecionar pensamentos e sentir o quanto é importante tudo que acontece pra tornar-se uma pessoa melhor, mais centrada e mais corajosa pra labuta diária.
O Pueblos, onde fomos ouvir uma musiquinha ao vivo, tem uma escultura do meu Tio Anôr, muito linda...fiquei orgulhosa, ela realmente é sensacional. Coisa de Mendes...Ah, pena que eu só tenha tomado suquinhos e Pepsi, sem Ice's...kkkkkk

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Quando a alma encontra o corpo



Soul Meets Body

Death Cab For Cutie

Composição: Benjamin Gibbard

I want to live where soul meets body

(Eu quero viver onde a alma encontra o corpo)

And let the sun wrap its arms around me

(E deixar o sol envolver seus braços em volta de mim)

And bathe my skin in water cool and cleansing

(E banhar minha pele em uma água boa e limpa)

And feel, feel what it's like to be new

(E sentir, sentir como é estar novo)

Cause in my head there's a Greyhound station

(Porque na minha cabeça existe uma estação cinzenta)

Where I send my thoughts to far-off destinations

(De onde eu mando meus pensamentos para destinos longínquos)

So they may have a chance of finding a place where they're far more suited than here

(Então talvez eles tenham a chance de encontar um lugar onde eles fiquem melhor do que aqui)


And I cannot guess what we'll discover

(Eu não consigo adivinhar o que você descobriu)

When we turn the dirt with our palms cupped like shovels

(Entre a sujeira com nossas casas cortadas por
escavadeiras)

But I know our filthy hands can wash one another's
And not one speck will remain

(Mas eu sei que nossas mãos sujas podem se lavar e não vai sobrar nenhuma mancha)


And I do believe it's true that there are roads left in both of our shoes

(Eu acredito que é verdade que ainda há buracos nos nossos sapatos)

But if the silence takes you then I hope it takes me too

(Se o silêncio levar você , espero que ele me leve também)

So Brown Eyes I'll hold you near cause you're the only song I want to hear

(Então olhos castanhos eu te seguro perto de mim porque você é a única musica que eu quero ouvir)

A melody softly soaring through my atmosphere

(Uma suave melodia elevando-se através da minha
atmosfera)


Where soul meets body

(Onde a alma encontra o corpo)


Quando encontro um Cd tão bom quanto este, posso escutá-lo repetidas vezes sem enjoar. Death cab for cutie, não é uma banda inglesa como a maioria que eu gosto muito, mas o estilo e melodia me agradam muito. Espero serem mais divulgados por aqui. Esta música eu dedico às minhas insondáveis questões particulares, onde me distancio e retorno. Onde posso viajar por tantos lugares, onde passeio pelos pensamentos mais loucos e redescubro novos caminhos, novas possibilidades e novas maneiras de contemplar tudo que me cerca e de tudo tirar grandes aprendizagens.

As Terríveis Aventuras de...

Sempre adorei desenhos animados. Mas na infância me divertia com pouca coisa, e diga-se de passagem que "naquela época" os desenhos tinham a intenção de divertir crianças. Hoje, acompanhando os desenhos que meus filhos assistem, muitas vezes preciso vetar alguns. Por serem violentos ou por conteúdo duvidoso. Mas, entre esses há um que nem eu mesma resisto. Mesmo sabendo ser inadequado, tendo mensagens sarcáticas, pertubadoras para uma criança, eu não deixo de dar tantas gargalhadas ao assistir Billy e Mandy. Me identifico com o humor tão doce da Mandy, aquela carinha brava...tudo de bom. Mas confesso que tenho vontade de matar o Billy, por ele ser tão estúpido e nojento na maioria das vezes. Já o Puro Osso, o Ceifador Sinistro, é aquela história, brincar com a morte. Eu estive brincando, mas só um pouquinho e já não gostei muito. Melhor mesmo é sair e curtir a vida, andar de mãos dadas por aí, dar uns beijinhos e sorrir com tudo de bom que possa acontecer. E lógico, não perder As terríveis Aventuras de Billy & Mandy.

domingo, fevereiro 11, 2007

Muito romântica



Sou Você


Mar sobre o céu cidade na luz
Mundo meu canção que compus
Mudou tudo agora é você
A minha voz que era da amplidão
O inverso da multidão
Hoje canta só por você

Minha mulher, meu amor, meu lugar
Antes de você chegar
Era tudo saudade
Meu canto mudo no ar
Faz do seu nome hoje o céu
Da cidade

Lua no mar, estrelas no chão
Aos seus pés entre as suas mãos
Tudo quer alcançar você
Levanta o sol do meu coração
Já não vivo nem morro em vão
Sou mais eu por que sou você

Minha mulher, meu amor, meu lugar
Antes de você chegar
Era tudo saudade
Meu canto mudo no ar
Faz do seu nome hoje o céu
Da cidade

Lua no mar, estrelas no chão
Aos seus pés entre as suas mãos
Tudo quer alcançar você
Levanta o sol do meu coração
Já não vivo nem morro em vão
Sou mais eu por que sou você...

Caetano Veloso

Os caminhos que desencontram...

As idéias divididas

Almas distanciadas pelo insano dia a dia...

Um dia, um momento

Tempo, repenso

Tento.

Tantas coisas foram vividas

Até que novamente se olhasse

Face a face

Realidade

Verdades

Que ferem, mas refazem

E assim reencontro

Pessoa...humano...homem

Traduzido numa mudança profunda

Num resgate constante

Numa perseverança por tudo que se acredita valer a pena

Pra continuar e trilhar

Histórias que não terminam

Reiniciam

Com emoções fortes, alma leve e o amor necessário

Pra vida

Valer sempre

Cada novo dia...

Juliana

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Hoje chorei


Quando acordei meu peito imóvel
Parava o tempo dentro de mim
Fui até a janela
Tudo na sua quietude na manhã chuvosa
Apenas uma sombra de meus sonhos
Quem dera assim apenas entre as lágrimas
Saber que tudo entra no seu devido lugar
A roda da vida
Viva
A impulsionar novos horizontes
Adeus meu luto particular
Andei pelas ruas pela tarde
Deixando vagar pensamentos hostis
Raiva, amargura deixadas pelas esquinas
Da cidade em constante movimento
E vem a noite esconder o meu olhar
Entro para dentro e retraio sorriso
Sorrir deve ter o seu momento
Quando amanhecer um novo dia.

E hoje chorei
Pra não bastar a mim mesma
Minha secura, meu desalento
Choro como a chuva
Que implacável cai todos os dias
De um verão sem luz
Arrastando em nossa casa
Limpando nossas obscuras paredes
Onde não estavam nossos retratos.

Quem sabe na próxima caminhada
Eu estarei olhando de canto de olho
Para cada dor deixada
Num canto da cama desarrumada
De tantas madrugadas
Onde a água salgada
Alimentou minha alma
E mais nada restou.


Juliana.

Crazy

O que há dentro de mim? Ou melhor... o que resta aqui dentro ainda? Vou pra terapia do meu dia a dia para descobrir e relembrar aquilo que ainda tenho. Aquilo que eu mesma não aniquilei nos meus infinitos pensamentos mórbidos e tardios. Assuntos escondidos, pensamentos retesados nas angústias que eu mesma criei para mim. Saberia ter força, se ao meu redor houvesse uma estrada mais linear, mas ela é caprichosa e sinuosa, declives que quase não me deixam ver o horizonte. E me abato, e me deixo desanimar. Não tenho voz para gritar ajuda, deixo apenas meu olhar perdido muitas vezes, para a resposta as perguntas costumeiras..." Você está bem?"
Mas nada e nem ninguém é responsável por minhas quedas, sou eu mesma a me trair com meus pensamentos e sentimentos insensatos. Se por um lado faço esse papel ridículo, por outro tenho a clareza que ele não me sustenta. Tirarei o melhor proveito possível de tudo isso. Aprender a não confiar em si mesma por enquanto, pois minha mente, me traí a todo instante.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

O prêmio vai para...


Algumas palavras não são necessárias serem ditas. E quando ouvimos, é preciso ter calma, entender quais motivos levam as pessoas a proferirem... Mas estou tirando isso da minha mente, não sou um grande prêmio e nem mereço aplausos.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Todas iguais


É uma grande ilusão achar-se exclusiva. Exclusividade é algo que anda muito retrô. A velocidade com que cada pessoa é capaz de redirecionar seus sentimentos, suas emoções e sua vida provam que fica muito difícil confiar nos relacionamentos. Mesmo cativando, as pessoas são um saco sem fundo muitas vezes, querem sempre mais e mais, pra suas coleções infindáveis de pessoas afins, ou pro bonito currículo das grandes paixões. Tudo tem tomado um caminho pro comum, o incomum é fazer alguém feliz com coisas simples, tentar soluções e menos problemas, mais realidade e diálogos e menos filmes, contos fantásticos que só fazem uma interrogação lá no fundo do coração...por que não acontecem comigo?
O que preciso em minha vida é realidade, pra saber onde estou indo e com quem. Quem é capaz de me entender nas minúcias dos meus sentidos.
Quem é capaz de me querer além das aparências, quem acorda de manhã e me vê descabelada e mesmo assim me deseja. Pra quem me vê chorar sentida, um tempo longo e não pergunta, não invade, apenas seca cada lágrima, uma por uma, e espera... Uma espera pela calma, pela volta, pela reconquista. Talvez eu nunca seja única, sou tão comum...mas pra quem está verdadeiramente ao meu lado, serei sincera em tudo o que eu sentir, em cada gesto que eu fizer, serei verdadeira. Mesmo sendo igual a todas.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

O Bem e o Mal

Eu guardo em mim
dois corações
um que é do mar
um das paixões
um canto doce
um cheiro de tem...poral.
Eu guardo em mim
um deus, um louco, um santo
um bem e um mal.
Eu guardo em mim
tantas canções
de tanto mar
tantas manhãs
Um canto doce
o cheiro de um vendaval
guardo em mim
o deus, o louco, o santo
o bem, o mal...

( Danilo Caymmi )

domingo, fevereiro 04, 2007

Repouso

Quantas coisas a serem feitas... e eu dormindo. Quando durmo entro no meu mundo mágico de sonhos. Ao sonhar a alma vai livre percorrer outros lugares, vislumbra tudo que o inconsciente guarda em um segredo. Bom é sonhar, mas melhor ainda é viver. Na mente, ficam os pensamentos a nos pertubarem muitas vezes, quando ele torna-se repetitivo. Ou então quando temos a certeza que ele não é positivo, que traz tristeza ou melancolia e portanto não contribui em nada para a vida ser tranqüila. Dormi bastante, muito tempo. Quem sabe agora é hora de despertar? Amanhã começa um dia lindo, cheio de possibilidades e boas companhias. Amanhã é dia de sorrir para aquilo que faço com tanto amor, ensinar e aprender. Descobrir maneiras de atingir pequenos corações e acompanhar seus passos. Voltar a tudo que sei fazer com muita competência e dignidade. Estava tão longe de casa. E voltei. Estava tão longe das pessoas, e fui de encontro. Estava tão longe de mim, e estou de volta. Sair do mundo dos sonhos impossíveis e viver um sonho possível e real. Estar de volta a vida e ao que gosto, estimo, amo, acredito e luto, para fazer o meu melhor. Apenas aprender com os pesadelos, tirar lições, esquecer mágoas e frustrações. Tentar não ter sentimentos que amargam ou destroem a paz interior. Esta paz... ah, tão perto de mim, mas ainda na inconstância química que me vejo muitas vezes. Mas vai passar e então o sabor de tudo será bem diferente. Os sonhos ficaram mais coloridos e a vida muito mais prazerosa. Mais cinco minutinhos... vou acordar....