Quando acordei meu peito imóvel
Parava o tempo dentro de mim
Fui até a janela
Tudo na sua quietude na manhã chuvosa
Apenas uma sombra de meus sonhos
Quem dera assim apenas entre as lágrimas
Saber que tudo entra no seu devido lugar
A roda da vida
Viva
A impulsionar novos horizontes
Adeus meu luto particular
Andei pelas ruas pela tarde
Deixando vagar pensamentos hostis
Raiva, amargura deixadas pelas esquinas
Da cidade em constante movimento
E vem a noite esconder o meu olhar
Entro para dentro e retraio sorriso
Sorrir deve ter o seu momento
Quando amanhecer um novo dia.
E hoje chorei
Pra não bastar a mim mesma
Minha secura, meu desalento
Choro como a chuva
Que implacável cai todos os dias
De um verão sem luz
Arrastando em nossa casa
Limpando nossas obscuras paredes
Onde não estavam nossos retratos.
Quem sabe na próxima caminhada
Eu estarei olhando de canto de olho
Para cada dor deixada
Num canto da cama desarrumada
De tantas madrugadas
Onde a água salgada
Alimentou minha alma
E mais nada restou.
Juliana.
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