Tenho a grande oportunidade de trabalhar em uma escola inclusiva. Há muitos anos, a equipe despertou para uma realidade latente. A inclusão no ensino regular de crianças com necessidades especiais. No começo, não havia nada, nenhum suporte, nenhum parâmetro... apenas boa vontade. E foi algo totalmente novo. A etapa de quebrar as barreiras do preconceito, bastante desgastante. Mas houve determinação. Houve esclarecimento e preparo. Estudamos, tivemos muitas dúvidas, sofremos, descabelamos quando deixávamos a ansiedade, a culpa ou a insegurança nos confundirem. Algumas vezes quisemos desistir. Uma sala, muitas adaptações e o firme propósito de fazer o impossível acontecer de maneira possível. Não é apenas o ganho social, não é apenas a aprendizagem. A inclusão rompe barreiras invisíveis aos nossos olhos. Ela possibilita lidar com as diferenças, com as limitações e acima de tudo com o amor incondicional pelo o que se faz. Aceitar, compreender e ter sensibilidade. Saber aquilo que fica escondido numa birra, numa recusa, numa agressão, num olhar perdido ou num choro. As crianças com necessidades especiais mais nos ensinam do que se pode imaginar. Nesse caminho, eu tive anjos, crianças que guardo em meu coração como flores de minha colheita. Colhi meu trabalho mais bonito e mais intenso em cada uma delas.
sábado, março 03, 2007
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