quarta-feira, janeiro 31, 2007

Anjo


Todo anjo tem seu dia de queda?
Ainda não sei...
Mas nós humanos...sim, muitos.
Talvez nem todo percebam
Talvez nem todos aprendam
Com suas quedas.
Mas no dia do meu desespero
No dia que a dor dilacerou minha alma
Eu encontrei meu anjo
Ele dava-me a sua mão
Encostava em meu peito
E tentava abrandar
Tudo que me consumia
Secava as lágrimas
Resgata minha pessoa
Daquele instante insano...

Anjos eu bem sei
não podem se revelar
de maneira tão audaz
Mas o meu sempre esteve ao meu lado
E sempre estará
Para cada dia que meu coração fraquejar
E me dará a paz necessária
E me dirá que nada é tão ruim
E que um dia tudo deve passar
E restará apenas
A beleza de ser
A coragem de mudar
O amor para recomeçar.





terça-feira, janeiro 30, 2007

Revelar


Pensei nesta música por questinar-me muito sobre a maneira que ocorrem os relacionamentos. Uma amiga muito querida me disse algo que me fez refletir... as pessoas muitas vezes cumprem um script na vida. O papel de mãe, mulher, amiga, filha, profissional. Tudo muito compactado muitas vezes. Ser espontâneo é algo cada vez mais difícil, para quem fica amarrado a isso, ou melhor, limitado. E quando você se liberta disso...nossa! É maravilhoso. Eu tenho muito ainda que me livrar, mas aprendo muito nesses dias que tenho olhado pra dentro de mim. Tem sido uma viagem interessante...
Descobrir o que quero e o que gosto. O que me decepciona nas pessoas, o que me agrada. Saber que tenho limites e que também sou capaz. Olhar lá no meu espelho e gostar do que vejo. Não o reflexo, mas lá pra dentro de mim. Um exercício de resgate. De estima.
Me revelo aos outros de uma maneira particular. Gosto de falar de mim. Tanto que qualquer pessoa no planeta pode ler as besteiras que aqui escrevo. E saber expressar tudo que sinto, mesmo que não seja uma coisa tão boa, mas pra transpor meu mundo interno, cheio de questões e emoções.
É satisfatório para mim perder a ingenuidade para tantas coisas também, parar de ser tonta, acreditar em coisas que não são reais, que nunca passaram de ilusões que criei para me satisfazer , para não frustar minha imaginação tão fértil.
Acordar para uma vida nova, para um dia que me revela a quem sou capaz de dar minha pessoa e pensar que nem todos são ruins, mas que nem todos merecem minha confiança. Ter cuidado. Mas ainda assim acreditar... e revelar.

Me Revelar

Ana Carolina

Composição: Zélia Duncan

Tudo aqui quer me revelar
Minha letra, minha roupa
Meu paladar
O que eu não digo, o que eu afirmo
Onde eu gosto de ficar
Quando amanheço, quando me esqueço
Quando morro de medo do mar

Tudo aqui
Quer me revelar
Unhas roídas
Ausências, visitas
Cores na sala de estar

O que eu procuro
O que eu rejeito
O que eu nunca vou recusar
Tudo em mim
Quer me revelar

Tudo em mim quer me revelar
Meu grito, meu beijo
Meu jeito de ser
O que me preocupa, o que me ajuda
O que eu escolho pra amar
Quando amanheço, quando me esqueço
Quando morro de medo do mar


A Cada Ida

A psicanálise é algo muito interessante, por remexer em lugares tão escondidos de nós mesmos. Ontem pude perceber que não estou imune a mim mesma. Tento tirar de mim aquilo que não está bom. Tenho dias lindos por aqui, com tantas coisas que fazem sentido, fazem a vida tão melhor. Mas me deixo tomar por uma sombria nuvem...e ela demora a dissipar. É um balanço arbitrário, numa ida e vinda de tantas emoções. Preciso saber receber a ajuda necessária e parar de me culpar por isso. Fiquei muito brava em ter que aumentar minha medicação...estava crente que pararia, e pelo contrário, aumentou. Como é possível? Não sei realmente...
Fiz um silêncio enorme dentro de mim, pra tentar pensar em maneiras de melhorar essas coisas. E a única coisa que pude fazer é compreender que um dia vai passar e assim poderei deliciar o balanço da vida.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Filme com pipoca

Domingo de chuva constante, nada melhor que ir até a locadora e pegar uns filminhos pra curtir na casa da Nilda (cunhada que não incomoda no Domingo incomoda na Segunda). O duro é ter essa idéia às 13h... a locadora no limbo, só tranqueira pra locar. Lançamentos nem pensar.
Então tive a brilhante idéia de pegar um clássico do besteirol:" Apertem os cintos, o piloto sumiu!". Pensa numa seqüência de bobeira sem fim, o ícone dos filmes "nada a ver". Mas a proposta era essa mesmo. Rir sem ter que pensar. Minha cena favorita é aquela que uma passageira está em pânico e as pessoas fazem uma fila a fim de fazê-la acalmar-se. O duro que aparece gente com luva de boxe, taco de basebol, chave de boca, revólver, faca, soco inglês e aquelas caras de sede pra chegar logo e dar umas porradas na pobre coitada histérica.
Não deu outra, quase morri de rir...Ah, um tanto de pipoca entre uma risada e outra e uma Coca-cola bem gelada! Um colinho pra não perder o gosto de rir mais gostoso!

domingo, janeiro 28, 2007

Brincar de Viver

Como já deu pra reparar, estou mesmo noutra sintonia. Pois há tanto pra se fazer, aprender e ser... Que boa lição eu tive. Que bom reaprender a sonhar...

Brincar de Viver

Maria Bethânia

Composição: Guilherme Arantes

Quem me chamou
Quem vai querer voltar pro ninho
E redescobrir seu lugar
Pra retornar

E enfrentar o dia-a-dia
Reaprender a sonhar
Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação

A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não
Você verá que a emoção começa agora
Agora é brincar de viver
E não esquecer, ninguém é o centro do universo
Que assim é maior o prazer

Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação


E eu desejo amar todos que eu cruzar pelo meu caminho
Como eu sou feliz, eu quero ver feliz
Quem andar comigo
Vem...

Você verá que é mesmo assim, que a história não tem fim
Continua sempre que você responde sim à sua imaginação
A arte de sorrir cada vez que o mundo diz não.

sábado, janeiro 27, 2007

Juliana vai brincar


Estava no meu casulo
pensando que nada fazia mais sentido
A chuva lá fora
Que espanto!
Temor de não ser capaz
de sair para ver o Sol.
Vem, vamos brincar?
Quem me chama?
Vida.
Lá fora tem mais coisas
que dentro da tua escuridão!
Que nada...
Já não posso mais
dentro de mim não pulsa um coração...
Será?
Será?
Venha ver a manhã surgir
Misteriosamente
Para acalentar
Um novo dia!
Juliana vai brincar...
Vai ver descortinar as cores do céu
Sente a brisa suave da manhã
Despertar teu ser
Sorri pra si.
Tranforma
reinventa
nova beleza.
A beleza
que vem
de dentro do teu ser!

Com licença... vou brincar!

Abram alas !!! Eu vou passar!

Realmente, não sei como consigo. Mas vim para esta existência para ser feliz e fazer feliz. Eu não sou expectadora. Sou protagonista da minha história. Que até aqui, sem dúvida, é linda. Sim, sem falsa modéstia, se eu avaliar bem, tantas coisas boas já me aconteceram. Tantas coisas maravilhosas tenho comigo, no meu coração e na minha alma. Marcas que me impulsionam a seguir assim. Abrindo as cortinas que estavam me escondendo nos bastidores da minha mente, sufocada de tristezas que dominavam minhas ações. Hoje, quando o sol surgiu, eu levantei de encontro a ele. Pra vida, pra minha vida. Meu tear de infinitas possibilidades. Devo tecer caprichosamente, fazendo todas as coisas que me fazem ser uma pessoa melhor. Vou dar minha cara a tapa, sair do meu esconderijo secreto. Mas sem interpretar, pois ser Juliana me basta. Nenhuma representação, nenhuma mentira, apenas aquilo que construi sobre eu mesma nesses 31 anos. Vamos lá... aos aplausos, começando por mim mesma! Obrigada!

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Pra onde vai?


Hoje imaginei um dia totalmente diferente...Até a hora do almoço. Eu tenho um problema sério de projetar coisas que desejo, isso é ruim. Quebrar a cara de vez em quando, nada mal. Tudo pela falta de compreensão. É um descompasso, sei lá. Nesses dias que vivo intensamente meus sentidos e sentimentos, não ando muito atenta aos outros, por exatamente buscar resolver meus problemas. Não sei se estou tão egoísta assim, mas nada posso oferecer se quem não está dando conta de si mesma sou eu. E passei uma tarde cheia das intermináveis questões que tranbordam em minha mente. Pareço patinar, escorrego, caio e no dia de hoje, estou tendo que lidar sozinha. Eu não estava sozinha, mas acabei ficando por estar tão insuportável, não restou muita coisa. Vim escrever pra mim. Pra depois me lembrar que se eu não tiver cuidado, não vai ter outra alternativa, a não ser ficar falando sozinha. Ninguém gosta de um disquinho furado, não é mesmo?
E para dar apenas uma breve explicação, a quem lê desatentamente essas minhas doidices, meus desabafos, ou meus sonhos, meus poemas... escrevo pra mim. Sempre. Uma conversa comigo mesma, e publico aqui no intuito apenas de compartilhar, nada mais. E não levem tão a sério, eu mudo tanto de idéia...graças a Deus. Mesmice é algo que não me dá lá muito alento. E como disse o Daniel, citando Nietzche, " O homem que não se permite mudar, é como a cobra que não troca de casca, perece e morre!" Posso mudar, sou bem maleável. E se é expositivo demais ou não, eu sinceramente não ligo. Aqui só quem me conhece pode dar sentido e vir de encontro. E se alguém estranho ler e ver, que seja bem vindo, desde que a intenção seja boa e sem grandes pretenções. E sei lá o que fazer com tudo isso. Melhor que enterrar na minha conturbada mente. Lá já tem coisa demais, tenho que " Faxinar". Tirar tanta barbaridade. E com ou sem ajuda, terei que passar por isso, pois preciso de paz e voltar a ser feliz. Mesmo que não me compreendam, tenho que ir de encontro pra mim mesma, ando com saudade da pessoa bacana de outrora. Aquela que ria de cada asneira que a vida pregava, achava graça da dificuldade e não buscava a piedade alheia. Mas também daquela que respeitava os momentos alheios, e que sabia demonstrar ternura quando tudo era adverso. Estou tão diferente, muito. Algumas coisas quero de volta em mim, outras vou deixar de lado. Agradecer também aqueles que estão entendendo que mais dia ou menos dia, eu volto. Pra mim mesma, comigo, como sou, como agora...

Delicada


Cheguei ao ateliê para a aula de pintura sobre tela. Arrumei minha tela num cavalete, peguei várias cores de tintas e comecei a pintar. Impressionante a minha desenvoltura, me surpreendi com a agilidade e rapidez com que pintava. Era um quadro lindo mesmo que se revelava e incrível como consegui chegar quase ao fim. Talvez por emoção acumulada ao ver aquela beleza, comecei mais uma crise de choro, como tantas outras que tenho o desprazer de ter em meus dias. As lágrimas vigorosas, um pranto bem sentido. E num momento olho pra minha tela. A tinta escorre, um borrão sem fim. E conforme choro, ela se desfaz na minha frente. Desespero, frustração, não sei explicar... Então aparece a tela branca na minha frente, e eu tento de novo. Parecia impermeável. Peguei então uma tela bem pequena. Limpei meus olhos, tomei uma água e respirei. Sentei numa mesa e comecei a pintar minúsculas flores, delicadas e coloridas numa alegre paisagem. E logo dei um sorriso. Estava lindo mesmo! E percebi que pequenas alegrias me comprazem. Peguei minha telinha e saí feliz... com minha pequena alegria!

Bom...pelo menos não foi mais um pesadelo, como tenho ultimamente...mas valeu a mensagem.
Vou ao trabalho!!!

quinta-feira, janeiro 25, 2007

80 anos de Tom Jobim



Luiza

Tom Jobim

Composição: Antônio Carlos Jobim

Rua,
Espada nua
Boia no céu imensa e amarela
Tão redonda a lua
Como flutua
Vem navegando o azul do firmamento
E no silêncio lento
Um trovador, cheio de estrelas
Escuta agora a canção que eu fiz
Pra te esquecer Luiza
Eu sou apenas um pobre amador
Apaixonado
Um aprendiz do teu amor
Acorda amor
Que eu sei que embaixo desta neve mora um coração

Vem cá, Luiza
Me dá tua mão
O teu desejo é sempre o meu desejo
Vem, me exorciza
Dá-me tua boca
E a rosa louca
Vem me dar um beijo
E um raio de sol
Nos teus cabelos
Como um brilhante que partindo a luz
Explode em sete cores
Revelando então os sete mil amores
Que eu guardei somente pra te dar Luiza
Luiza
Luiza




Estava assistindo o Jornal Nacional e fiquei sabendo que hoje seria aniversário de 80 anos do Tom Jobim. Gosto demais de suas músicas. Mas esta em especial, Luiza mexe demais comigo. Acho a letra de uma poesia ímpar. Ah... dá vontade de ser Luiza, uma Luiza. Ouvi tanto essa música numa época, quando estava grávida pela segunda vez, que se fosse uma menina seria este nome. No entanto veio o Pedro, o que é ótimo também. Tomara que por ter escutado tanto, ele tenha absorvido a essência...

Linda melodia, linda música...vou cantarolar ela vários dias e com certeza a emoção vem junto. Como já ando desidratada de tanta choradeira, vou apenas assobiar....

Dicionário sem fim


Todo dia, é dia de se viver uma palavra
A palavra começo
A possibilidade de lançar-se ao novo
A palavra fé
Acreditar no impossível
A palavra esperança
Que tudo pode ser melhor
A palavra afeto
Pra que a vida tenha o calor necessário
A palavra anjo
Pra que a solidão esteja apenas na imaginação
A palavra aceitação
Pra que a aprendizagem seja real e contínua
A palavra desejo
Pra que a vida renasça a cada dia no pulsar do corpo
A palavra amizade
Pra que o fardo torne-se um tanto mais leve
A palavra saudade
Pra valorizar o que o presente nos oferece
A palavra riso
Pra que as cores do arco-íris façam sentido
A palavra felicidade
Pra acordar disposta a lutar
A palavra luta
Pra combater apenas as tristezas
A palavra fim
Pra eliminar apenas o que nos faz mal
A palavra amor
Apenas pra viver e poder usar
Um dicionário
Contínuo
Na existência de cada ser...

Juliana Mendes.

Pra que mesmo???

Maria Helena chegou pontualmente em casa. Eu fui abrir a porta, pois ela estava sem chave. E ela reparou que minha bermuda estava do lado do avesso. Mas discreta, nada falou. E dali a pouco, eu abro a geladeira. Vejo a pizza dando sopa ali, geladinha do jeito que gosto. Faço um canudinho dela e como com gosto. Maria Helena faz uma carinha de nojo, mas nada fala.
Então ela faz o café... delícia. Eu pego uma caneca grande, encho de café e aproveito pra fazer o de costume, colocar água gelada no café. É pra não queimar minha boca, oras!
E assim Maria Helena vai me conhecendo e se surpreende quando pego o pote de sorvete, sirvo um tanto e coloco no microondas..." Ah não! Assim já é demais!!!!", meio indignada comigo, questiona:
" Dona Juliana, pra que servem mesmo aqueles remédios ali???"
... Hum, pra nada, pra nada! Eu sou assim original de fábrica. Vai um sorvete com café?

Acorda! Tá na hora!!!

Preocupada em não perder a hora, não dormi direito... bem sem graça! Acabei querendo dormir durante a reunião, a primeira do ano. Meu décimo sexto ano na Escola... Credo! Estou virando patrimônio.
Mas é ótimo voltar, pra ver tanta gente que eu gosto, que eu amo. E conhecer gente nova, quem vem chegando pra fazer parte desse lugar encantado.
Como é costume, a chefa faz aquela reunião, pra acordar todo mundo e reavaliar tudo que precisa melhorar. Já foram reuniões muito chatas, em que eu me estressava muitas vezes. Sabe como é, ouvir críticas nem sempre é aquilo que você quer ao voltar de um período de férias.
Esse ano, eu até queria ouvir... mas não é que a chefa foi relax?!
Bom, ainda não pegou nosso grupo, mas acho que vai dar tudo certo. Ela sabe realmente despertar em nós aquilo que precisa ser revisto, caso o contrário, não daríamos tanta importância e os esforços seriam mínimos. Onde trabalho, os esforços costumam ser grandes, de muita dedicação e superação.
E sendo assim, estar onde gosto, fazendo o que amo e com pessoas que representam tanto em minha vida, não há como não despertar, não ter a vontade imensa de estar lá, dando o melhor de mim. É ótimo acordar para as coisas que nos fazem bem. Deixa eu me espreguiçar...

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Arame Farpado

O problema de ficar tanto tempo sem escrever é esse acúmulo de idéias que fico... fora a ansiedade de botar pra fora, lógico...
Adorei a definição " Arame farpado" que ouvi dias desses numa análise. Ah... se alguém quiser saber os resultados, ainda estou sendo um bom exemplo do que pode acontecer, pele em carne viva! Uma beleza!
Mas não pensem que vou ficar aqui de bobeira só olhando, agora que me atirei, melhor é ver o que encontro por aqui, do outro lado. Quem mandou eu ser tão curiosa?
Coisas de uma geminiana...

De Mais Ninguém

Marisa Monte

Composição: Marisa Monte/ Arnaldo Antunes

Se ela me deixou, a dor,
É minha só, não é de mais ninguém
Aos outros eu devolvo a dó
Eu tenho a minha dor
Se ela preferiu ficar sozinha,
Ou já tem um outro bem
Se ela me deixou,
A dor é minha,
A dor é de quem tem

É meu trofeu, é o que restou
É o que me aquece sem me dar calor
Se eu não tenho o meu amor,
Eu tenho a minha dor
A sala, o quarto,
A casa está vazia.
A cozinha, o corredor.
Se nos meus braços,
Ela não se aninha,
A dor é minha, a dor.

CNH

Foi a coisa mais louca que podia acontecer, ou melhor, improvável... Minha licença para aprender a dirigir venceria no dia 20/01, e eu envolvida com minhas tristezas, não estava nem aí pra terminar as dez aulas que restavam para eu fazer. Com muita força, incentivo, acabei indo até a auto escola. Tive que fazer um intesivão para cumprir as aulas que faltavam...
Era um festival de navalhadas no trânsito. Meu instrutor, o mesmo de outrora, me dando bronca o tempo todo. " Professora! Esqueceu tudo! Assim não dá!!!" E o estacionamento e baliza? Um verdadeiro fiasco! Tive que escrever na minha mão os macetes, não virava o volante pro lado certo nem com reza, derrubava as balizas, os protótipos de carro...um show de horrores.
Mas pensar em começar tudo de novo, as malditas 30 horas de aula teórica e mais o dinheirão que vai nessa brincadeira, fez com que eu me esforçasse um pouco mais...
E chegou o dia 18/01... eu estava ciente que não poderia esperar grande coisa...
No Detran, estacionamento perfeito, balizamento sensacional.
No percurso, tudo certinho, seta, rampa, carro sem apagar... Deus existe!!!
Resultado, estou habilitada para dirigir! Hoje buscarei minha carteira e pessoalmente...
Ah, navalhadas, carro apagando, marcha errada, tudo ainda em dia, mas vou aprender... sempre aprendo. E me surpreendo!

Olhar


Olhar para trás...que nada!

Olhar adiante...medo!

Seguir sem medo

Impossível?

Sentir cada brisa acariciar meu rosto

Sem lágrimas?

Tudo certo

Tudo no lugar

Uma pequena parte

Controla a paz

Que não tenho

A mente

Os sentimentos

As conseqüências de tudo

Tudo que fiz

Tudo que escolhi

Tudo que sofri

Tudo que vivi e não vivi

Tudo que não entendo

Tudo que tenho

Tudo que devo esquecer

Tudo que devo lembrar...

Nada pra mim...

Nada

É mais importante

Que me reencontrar

Comigo mesma

Olhar de frente

No espelho

Reconhecer quem sou

O que quero?

O que desejo?

Ainda perguntas sem respostas

Dentro de mim.

Certeza:

Urgência

Em encontrar meu amor

Próprio.

Alguém viu onde eu o deixei?

Em breve...

Voltei...





As férias terminam... tudo um dia chega ao fim de alguma maneira. E minha fuga, minha imensa fuga da vida está chegando ao fim, simplesmente porque não aceito mais a posição de expectadora e de vítima das minhas próprias escolhas. Chega! Eu vou voltar a vida, eu vou fazer tudo que for possível para encarar de frente minhas dores e aprender com cada uma a ser diferente, a ver de maneira oposta, tudo que posso aprender e tirar de lição de cada acontecimento. Superar a si mesma, talvez até hoje tenha sido o maior desafio que eu tenha encontrado. Pois minha mente usa de artimanhas contra mim mesma. No entanto, sempre há algo a ser feito. E buscando ajuda, tendo a humildade de reconhecer-se fraca e humana, aceito toda e qualquer maneira de por um fim nisso tudo. E sei que cedo ou tarde, vou amanhecer de alma leve de novo. Vou ter dias de luz e sorrisos. E ao deitar, vou ter a certeza de que fiz o possível para ser feliz e dar na mesma medida, a alegria e a paz a todos que me acompanham. Serei feliz.

domingo, janeiro 14, 2007

Diamante de Sangue

Fui ao cinema assistir este filme sem expectativa de que seria lá essas coisas. Mas qual foi minha surpresa, quando começaram as cenas da barbárie humana em Serra Leoa, muito forte. Quase me levantei e fui embora. Certas realidades são terríveis demais. E o enredo do filme foi ficando muito envolvente, uma crítica inteligente a todo o sistema desumano de contrabando de diamantes e suas consequências no continente arrasado pelos guerras civis, a carnificina que ocorre e que assistimos como se fosse apenas um filme...muito distante de nós.
Emocionante, sensível e real.

A Primeira TPM

Neste sábado dia 13/01, foi realizada a primeira TPM... Tarde das Primas Mendes, na casa da Tia Adelaide... Eu não fui, por motivos alheios a minha vontade, digamos assim, estava com muito cabrum. Mas parte das primas resolveram ir até a casa da minha mãe e acabamos fazendo uma segunda etapa do encontro. Pra nossa surpresa, é algo mais forte que nós, Zezé, Leninha, Aninha, Eda, Silvana, Viviane, Juliana, Luciene, Nívea, Soraia e Ariane, uma genética traiçoeira...todas muito distraídas, campeãs em micos e foras. Fizeram até uma rodada de " O pior dos piores das Mendes". Meu Deus, é pra ter pena de tanto fora!!!
E uma constatação, os agregados acabam "pegando" as manias e fazem micos o tempo todo, é contagioso...pobres maridos, amores , namorados e filhos...
Há um grau mais severo entre Viviane e Juliana, quase um empate técnico. Pela quantidade e características de nossas atrapalhadas investidas. O próximo passo de nossa reunião é estabelecer a líder de foras e a mais safa, aquela que já não tem tanto Mendes, atrofiou...
Da próxima eu irei, independente do meu humor, pois com essas moças, e suas histórias, não há como ficar de cabrum!

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Pandora

Desde que comecei a mexer com minha mente, meu coração e tudo o mais, sinto como se perdesse totalmente a estribeira. Não controlo nada, nadinha. E ainda por cima, tem as férias...não só a minha, mas de todos os psicólogos e no meu caso, psiquiatras de Campo Grande, como se dissessem pra mim: Olha...te vira aí com tuas merdas e espera a gente voltar, agora não é hora pra você ter pitis...segura tua onda até dia 30 de janeiro...
Até lá, vou ter que inventar muita coisa, pra ocupar minha mente. Repito comigo: "Mente vazia...oficina do diabo!" E é assim, e liguei meu celular e vou atender todo mundo que me ligar. Preciso conversar, preciso desatar os nós no meu peito, e parar um pouco, e respirar e tentar não começar com as crises intermináveis de choro! Mente doida. Mente sem sossego...passar o dia me afastando dos meus próprios pensamentos, demônios alados a pertubarem cada minuto do meu dia. Saem sem me avisar, assustam me deixam chata,vazia e muito triste. De vez enquando dou risadas, de mim mesma...vai passar, vai passar...
Preciso do carinho e compreensão das grandes amizades...e do meu próprio perdão pra minha grande fraqueza.
Alguém quer ir ao cinema???

Pedro...o figura!

No carro, 1100 km... trilha sonora:
" Piriri piriri piriri, alguém ligou pra mim!
Sou eu bola de fogo, o calor tá de matar.
Vai ser na praia da Barra que uma nova eu vou lançar.
Vai me enterrar na areia?
Não, não!
Vou atolar. Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha..."
Detalhe: sem interrupção. e com coreografia...

Chegando em território estranho...

Como conquistar o inconquistável:
A comida demorando a sair, barriga vazia...
" Tia Cida, se a janta demorar a sair, tem como preparar meu mamazinho pra eu aguentar até ficar pronto?" ( Com a carinha do Gato de Botas do filme Shrek 2 ).

Como comprar sorvete sem dinheiro:
Quando o pai esquece de levar dinheiro para a praia...
Passa o sorveteiro:
"-Oi moço? Tudo bem? Quanto que tá o sorvete?
-Um real.
-Por favor, tem como o Senhor me vender um sorvete sem eu te dar o dinheiro??? "
Sorveteiro espantado:
- Educado o menino! Mas não vai dar pra te vender pra pagar depois...
- Então tá...Muito obrigado!

Pedro organizando a fila do aquário:
"Ô pai, essa fila é de um só ou de dois? Ou fica todo mundo numa fila só ou numa fila de duas pessoas! Porque ficar nessa bagunça não dá! "
E lá foi ele organizar a fila dos adultos. Ah, ele tem quatro anos...


O descolado:
O primo de sete anos serve o refri e nem oferece. A tia Maria:
- O menino! Por que você não ofereceu pro Pedro?
O Pedro mais que depressa diz:
- Tia não se preocupe, eu mesmo me sirvo...

O inconveniente:
Observando o primo deficiente...
- Tio Zezinho... Por que o Manezinho faz xixi no penico verde?
- Porque ele não consegue andar até o banheiro.
- Ué?! Por que não coloca uma fralda nele?

O educado:
Todos sentados à mesa jantando....
Pedro termina a refeição e diz a pérola:
- Estou satisfeito! Com licença e obrigado!
Os tios espantados,( inclusive o pai), disseram:
- Como esse menino é educado!!!

O ministério da saúde adverte:
Não fume perto do Pedro!
Tia Cida no sobrado fumando escondido...
Pedro olha lá de baixo e grita:
- Ô Tia Cida! Você tá chupando cigarro???
- Quieto menino! Chiiii...
Berrando, Pedro:
- Olha Tia! Se você chupar cigarro seu pulmão vai ficar preto e você vai morrer!!!

Na hora do parabéns dos vizinhos...
Da rua, sem ser convidado, ele grita:
- Ô ! Quem tá fazendo aniversário aí?
- Fulano!
-Fala pra ele parabéns e pra ele ser muito feliz!
Os vizinhos encantados, levaram um pratinho com bolo, doces, salgadinhos e refri pra ele...


Na volta:
1100 km ouvindo a cada placa...
" Pai? Já é Campo Grande? "
Quantas placas devem existir neste percurso?????

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Perdendo os Dentes



Perdendo os Dentes

Composição: John/Fernanda Takai

Pouco adiantou
Acender cigarro
Falar palavrão
Perder a razão

Eu quis ser eu mesmo
Eu quis ser alguém
Mas sou como os outros
Que não são ninguém

Acho que eu fico mesmo diferente
Quando eu falo tudo o que penso realmente
Mostro a todo mundo que eu não sei quem sou
Eu uso as palavras de um perdedor

As brigas que ganhei
Nem um troféu
Como lembrança
Pra casa eu levei

As brigas que perdi
Estas sim
Eu nunca esqueci
Eu nunca esqueci


Composição: John/Fernanda Takai
Pato Fu


Não pude deixar de fazer algo que tanto me dá prazer. Escrever. Eu até tenho uma linda, maravilhosa agenda que ganhei da Aline, mas lá, só meus segredos, aqui os segredos confessáveis... Alguns... Meu grito da noite, da tarde, de quando dá. Eu posso fazer uma confissão por hoje:
Estive sim numa situação limite, mas agora, com a cabeça mais serena, tendo aprendido uma lição as custas de muita dor, que não valeria a pena e que jamais terei esse direito, arriscar assim uma vida, a minha vida. E se tive esta chance , é porque confiaram em mim, lá em cima, e disseram, pára de marra e volta, birrenta!!!
E vou parar mesmo, pois é só Deus quem sabe a hora de partir.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

quarta-feira, janeiro 03, 2007

É mágoa


É Magoa

Ana Carolina

Composição: Ana Carolina

É mágoa
Já vou dizendo de antemão
Se eu encontrar com você
Tô com três pedras na mão
Eu só queria distância da nossa distância
Saí por aí procurando uma contramão
Acabei chegando na sua rua
Na dúvida qual era a sua janela
Lembrei que era pra cada um ficar na sua
Mas é que até a minha solidão tava na dela
Atirei uma pedra na sua janela
E logo correndo me arrependi
Foi o medo de te acertar
Mas era pra te acertar
E disso eu quase me esqueci
Atirei outra pedra na sua janela
Uma que não fez o menor ruído
Não quebrou, não rachou, não deu em nada
E eu pensei: talvez você tenha me esquecido
Eu só não consegui foi te acertar o coração
Porque eu já era o alvo de tanto que eu tinha sofrido
Aí nem precisava mais de pedra
Minha raiva quase transpassa a espessura do seu vidro
É mágoa
O que eu choro é água com sal
Se der um vento é maremoto
Se eu for embora não sou mais eu
Água de torneira não volta
E eu vou embora
Adeus

A Carta que não queria escrever

Eu escrevi as piores coisas que eu pensei, as dores que senti, as angústias que me fizeram calar e a falta de esperança em um futuro. Estou triste, longe de encontrar aquilo que sonhei para mim. Mas preciso tentar seguir de outra maneira, fazendo sofrer menos e provocando menos dor a quem eu amo, a todos que são importantes para mim. Preciso antes de tudo me encontrar, me achar no emaranhado de sentimentos que sufocam minha existência. Sem me encontrar, nada ofereço, sem me amar o suficiente, não posso continuar. E nunca mais quero escrever cartas como a que escrevi a pouco, para que essa dor saia do meu peito, para conter a lágrima, para não haver despedidas...para seguir.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Pra onde eu vou?

Eu passei um dia muito bom com meus amigos em casa...Faz muito bem conversar com quem ama a gente e de repente ver as coisas de outras maneiras, receber um ânimo, fazer as recordações necessárias quando você está se sentindo perdida de si mesma. Os amigos servem pra gente nunca se esquecer de quem a gente é lá do começo da nossa estrada... Ainda bem que eles vieram. Ainda bem que eu consegui lembrar de muitas coisas boas. E por instantes, breve instantes eu esqueci que aqui dentro existe uma tormenta. Mas nada é fácil, e eles seguem seu caminho e ficamos por aqui mesmo, dando tempo ao tempo. Eu seguirei esse fim de dia assim , sentindo que a festa está quase no fim. Fiquei sentada vendo a banda passar.
Se alguém me perguntar com muita convicção, Ju, pra onde você vai?
Eu vou parar...pensar...dar uma volta lá dentro e dizer:
Sei lá...vou indo por aí, fazendo mal pra tanta gente, magoando, destruindo e fazendo tudo muito pior do que deveria ser.
Mas por enquanto vou fazer uma visita.

Vou pra casa da minha mãe, fazer de conta como sempre que estou bem e que a vida vale a pena de verdade!

Sentindo palavras


Tristeza...Confusão
Solidão...
Quisera eu não sentí-las
Mas inesperadas chegaram...
Fui buscar dentro de mim respostas com a razão, a consciência de tudo que pode ser possível em minha vida. Sentei por muito tempo ali, sem saber o que fazer, fui tentando vislumbrar uma maneira de não sentí-las, de não aceitá-las... Mas acho que mais uma vez me perdi...Fui sentindo uma a uma, no decorrer sombrio de cada hora. Lutar, para não sofrer o mais que necessário!

"A paz está por trás de doces palavras
E lenços brancos e buquês de flores
Pairando no ar sobre o mar
Num amanhecer em algum lugar
É dia das crianças, reveillon, natal
Dia de graças, das mães, dia de sol

A paz é inútil para nós
A paz é o que não podemos ter
Que a paz esteja com você. "
Paulo Miklos