sexta-feira, novembro 17, 2006

Vai uma chinelada aí?

Era uma agradável manhã de sexta-feira. Após o recreio, inicio minha aula de Língua Portuguesa. Os alunos atentos, as dinâmicas adequadas e por fim o registro final da aula na lousa.
Num minuto ímpar, de sentar-me para corrigir alguns cadernos em minha mesa, sinto algo tenebroso, horripilante e indesejado passar sorrateira pelo meu pé esquerdo.
Aquelas patinhas de serra, aquele corpo brilhante e a rapidez peculiar do maior dos meus pesadelos:
Ela! A barata!
Sem vê-la, já pude sentir que havia sofrido seu ataque covarde e inesperado. E sem nenhuma censura, gritei, gritei e pulei até a porta da sala.
Nisso, minhas 14 meninas já faziam o mesmo. E os meninos iniciaram a busca à besta fera, que escondia-se embaixo da mesa.
Com sorte e muito estômago, cataram a maldita pela antena...argh! Que nojo! E espatifaram ela com os pés.
Ah...ainda tinha meu pézinho...que vontade de passar um coquetel de desinfetantes nele. Lavei, esfreguei até ficar limpinho,ou eu achar limpinho...

Agora, me pergunto...como ela chegou até lá?
Sempre tive a impressão que elas ( as baratas ) sabem do meu temor.
Veja bem:
Se estou num lugar e vem uma voando, adivinha a direção que ela toma?
A minha.
Já tive a infeliz experiência de sair quase nua do banheiro, ainda bem que a família sempre entendeu meu medo, pois já tive muitos episódios de gritaria e histerismo por conta das traiçoeiras baratas. A Viviane minha irmã que o diga...
A coitada nem dormia, eu ficava acordando ela:
- Vi, estou ouvindo uma barata, não estou vendo, mas ela está andando em algum lugar...
- Vai dormir pelo amor de Deus Juliana!
- Não dá! Ela vai aparecer, e com certeza vai vir pro meu lado.
E mesmo tendo que ir trabalhar muito cedo, ela ia à caça pra eu poder dormir.
Mas já foi pior...um dia comprei um mosqueteiro, é aqueles de MUITO antigamente, pra colocar em cima da cama, pra ter certeza que nenhuma barata iria fazer companhia durante a noite.
Até que um dia, tive que matar uma, porque estava com minha filhinha na sala...é lógico que as baratas ficaram sabendo que eu estaria indefesa com um bebezinho no colo, mas não contavam com meu instinto materno! Dei uma boa chinelada na otária e ela MORREU!
Agora preciso retomar a briga com elas.
Da próxima vez ( que espero não aconteça nunca ), vou tratar de mostrar que é que manda!
E tenho dito!

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