quinta-feira, novembro 02, 2006

Finados

Nos últimos tempos tenho ouvido com freqüência a utilização da palavra " Finado" para determinar ex -amores. Um ex namorado que afoito procurou carinho num outro alguém, um ex noivo que não agüentou a personalidade da noiva, um ex marido que desconfia-se ter outra família, ou pior, era um homossexual querendo se esconder num casamento. Mentiras, traições e desilusão. Há uma série de bons e maus motivos para esses finados amores. Minhas amigas sabem bem do que estou falando.
A morte do amor pode vir de várias maneiras. Súbita, quando parece tudo bem e você acorda odiando aquela pessoa, por quem fazia todas as vontades e achava ser o amor de sua vida. A morte involuntária, aquela que você nem sabe porque acabou, mas sente que não vai dar mais pra continuar. E a morte homeopática, essa sim, só para pessoas portadoras de grande masoquismo, pois nesse caso, o amor acaba num conta gotas constante, de desilusão, anulação, falta de atenção, falta de amor, diálogo. E então acaba surgindo o defunto, aquele quase suicida, pois sabia que não iria dar certo, mas insistiu, insistiu...
E há o período do velório, onde cada um fica espiando aquele corpo imóvel, pálido e sem vida. Imaginando onde será que ele vai agora?
Depois a volta pra casa, e para os menos preparados, o assombro dos fantasmas. Sempre há um morto, ou morta, que quer voltar. E por mais que você explique que já não faz parte desse plano terrestre, é uma alma conturbada, não aceita a condição de defunta. Eu daria um conselho para isso, não acredite tanto nos fantasmas, eles são persuasivos, mas tão inconstantes...pois ao provar sua liberdade, não querem ter a responsabilidade de ficar definitivamente ao teu lado.
Exorcisar eles é algo muito difícil e doloroso, pode levar bastante tempo, mas é exatamente o tempo que faz as feridas irem fechando, as tormentas virarem chuva fina e lá bem na frente, a esperança de lembrar apenas do que foi bom, e assim sentir que tudo valeu a pena,por um breve instante.
Acredito muito na vida após a morte, isso não tem a ver com religiosidade,não. Acredito que temos sempre a chance de recomeçar, redirecionar a vida para algo que faça sentido, para sentir que vale a pena soltar um sorriso ao pensar em si mesmo, valorizando-se e amando-se um pouco mais a cada dia. Assim, com a estima em dia, você enche de luz o teu caminho. De vida, de esperança e faz com que todos ao seu redor recebam isso também.
E se o amor morreu, de qualquer maneira, tenha sempre a esperança de que a vida é sempre maior que a morte. E a morte é a chance do recomeço. Viva bem! Festeje a vida sempre!

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