sábado, setembro 09, 2006

O pequeno príncipe e a raposa




E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? Perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
- Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos d uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
...Mas a raposa voltou a sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo, que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
E a raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! Disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mau-entendidos. Mas, a cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração...É preciso ritos...
... Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! Disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais a minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativaste a ninguém. Sois como era minha raposa. Era uma igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Agora ela é única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob uma redoma. Foi a ela que eu abriguei com o paravento. Foi dela que eu matei as larvas ( exceto duas ou três borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
-Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que fez tua rosa tão importante.
-Foi o tempo que perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não deve esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

Sinto-me responsável por todos aqueles que eu cativei, ou que me cativaram. Isso é fácil? Não. Por vezes deixo de cuidar bem de cada um, com carinho e atenção que merecem. Mas cada amigo é para mim algo inestimável. É a grande oportunidade de aprender e de crescer como pessoa.Há pessoas que são um equívoco, que talvez eu não soubesse cativar, ou que talvez eu reconhecesse nelas as minhas fraquezas e defeitos, e sendo assim eu descartei, deixei de lado de uma vez. Outras o tempo e espaço separaram, mas são como o trigo para mim, uma simples recordação me remete aos bons momentos juntos.Eu amo todos que me cercam. Gostaria que todos soubessem, caso eu não tenha dito. As palavras, às vezes ficam travadas em nossa garganta, simplesmente não saem. Mas quando me encontrar, saiba que é com um grande abraço que retribuirei tua amizade.

18 comentários:

Anônimo disse...

é o trexo do livro mais lindo q já li!

é mt bom......♥

Giselle Lemos disse...

Esse eh realmente um dos trechos mais emocionantes q existe no pequeno principe....e ele foi o melhor livro q ja li em toda minha vida...parabens por ter postado esse texto...seu gosto é muito bom!

Natália disse...

aamei o livroo. todos o capitolos são facinante.

Anônimo disse...

ESSE É MEU TREXO PREFERIDO E O MAIS LINDO !

Unknown disse...

este livro e encantador o menhor qui ja lí em minha vida uma historia que nao é injuativa por mim só lia este livro. amo toods os treixos.

Unknown disse...

este livro e encantador o menhor qui ja lí em minha vida uma historia que nao é injuativa por mim só lia este livro. amo toods os treixos.

Anônimo disse...

amo esse livro! suas mesg. são as + lindas q ja vi!

Anônimo disse...

livro para todas as idades, fantástico. lição de vida este trecho com a raposa. Trecho e com CH gente. Somente. Mário Dias

Anônimo disse...

Esse livro é muito especial e realmente lindo. Tenho certza que quem o ler ficará encantado(a). Foi uma boa ideia a sua de ter colocado esse trecho em seu blog...

Anônimo disse...

Esse livro é incrivelmente liindo...todo mundo gosta muiito. realmente uma Obra maravilhosa. até voce fazer um pulto dun trabalho sobre cada fala do peqeno, meeu eu to traumatizada, esse mulekiinho é do carambaa meeu...ta lokoo. nun aguento mais cada fala deelee

tatiana disse...

o pequeno principe está em mim desde quando eu era pequena,me fascinei com suas lindas histórias e poemas...pequeno principe onde estiver estarei sempre pensando em você.beijos

Eva Monte disse...

lindoo

segue-me?

thecelarofmysoul.blogspot.com

bejujuba

ROSENILDE CARVALHO disse...

Acho que esse livro deveria ser indicação literária em toda instituição de ensino. Quiem sabe assim teríamos a sociedade mais humana...

Anônimo disse...

Qual criança não lêu? é ótimo!!!

MARCOS FOURNY disse...

O pequeno príncipe não é um livro para se ler e guardar na estante, suas palavras são atuais para todo o momento que passamos, sem a importância da idade que temos, deve estar sempre a mão como um mapa sempre usado com a finalidade de nos guiar pelos caminhos da vida. mantenha-o sempre a mão.

MARCOS FOURNY disse...

O pequeno Príncipe, pelo seu conteúdo marcante e útil a reflexão, não deve ser o tipo de livro para se ter na estante, mas sim, deve estar sempre ao alcance das mãos e por toda a trajetória da vida humana, pois não se tem idade para o ler.

Luma Alessandra Cavalcante Moura disse...

Essa parte desse livro é a minha preferida e essa raposa é tão... Tão encantadora... O que me faz chorar, é quando a raposa diz:
- Aaahhh... Acho que vou chorar...
E o Pequeno Príncipe fala:
- A culpa é tua, você quis que eu a cativasse.

Luma Alessandra Cavalcante Moura disse...

I love the Little Prince and the fox...