terça-feira, outubro 10, 2006

Uma forcinha

Quando temos muitas coisas a fazer, parece incrível a quantidade de nãos que surgem. Não dá. Não posso. Não quero. Não é comigo.Não me aborreça. Não tenho tempo.Não me incomode.
Mas num dia como o de hoje, eu recebi mais do que esperava. E veja só, como seria possível descrever isso? Uma vitória. Um ponto a mais. Nada disso. Cada acontecimento tem sua importância particular. Um milhão de sorrisos, um tanto de beijos, a gritaria das crianças ou apenas o silêncio diante de um bolo tão bonito.
-Posso comer?
-Posso brincar?
-Posso pular?
-Posso dançar?
-Posso pegar?
-Posso molhar mesmo?
-Afinal? Posso ser criança?
Seria simples deixar tudo na minha memória, guardar com sete chaves...mas não dá. Eu não consigo.
Eu posso ir dormir com a sensação boa do sim, meu sim pessoal que me diz que fiz tudo ao meu alcance e não haverá ofensa, mal dizer ou hipocrisia que vá me fazer curvar diante da minha imensa alegria de colher frutos tão belos.
Além disso, desta vez ao voltar pra casa,não vim acompanhada de solidão, de gosto de amargura ou pior, daquele vazio que eu nem sei porque eu permito deixar em meu peito, eu vim com o coração levinho, um sorriso bem maroto e ,confesso, ao olhar pra dentro de mim, senti que estou viva e a vida é algo que eu amo,sendo assim,viver com mais dignidade deverá ser minha incansável busca. E o Não ,esse já ficou pra trás,revestido de total desprezo.

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