terça-feira, outubro 03, 2006

Além dos Sentidos


Estranho como certas ocasiões nossos sonhos possam ser tão intensos, bonitos e reveladores. Desde criança em minha família tínhamos o costume de contar no café da manhã aquilo que havíamos sonhado. Pena hoje em dia eu não o faça mais...
Eu estava num lugar de extrema paz, perto de uma nascente e ocupada com um caderno de anotações. Parecia ter que escrever algo muito importante, mas não estava conseguindo. Ou se escrevia, logo que eu olhava desaparecia o que eu havia feito. E fui percebendo que começava a escurecer...como eu poderia terminar aquilo que era para eu fazer? Então apareceu uma figura muito familiar e querida e logo foi dizendo que eu tinha que parar de prestar atenção no escuro que nem havia chegado, e começar a escrever. Eu fiquei um pouco chateada e com certa vergonha perguntei:
- Mas afinal, o que tenho que escrever aqui?
- Escreva tudo aquilo que você deseja aos que você ama. Amanhã você terá que voltar, e depois e depois.
- Nossa, mas vou me cansar! E o que pode acontecer se eu esquecer ou não souber o caminho para vir até aqui?
- Olhe bem à sua volta.
Quando eu olhei para os lados, eu pude perceber que conhecia bem aquele lugar e senti que estava perto da casa da minha mãe. E fui andando na beirada do riacho e vendo muitas pessoas conhecidas. Todas com tanta alegria no olhar que me senti verdadeiramente feliz e segura. Então eu virei para esta pessoa que me acompanhava e disse:
- Eu não tenho a intenção de desejar nada além da paz nos corações de quem eu amo, pois ela é no fundo o resultado de todas as coisas boas que lhes possam acontecer.
- Nesse caso, esqueça seu caderno. Isso era apenas um símbolo. Você tem dificuldade com coisas sutis.
- Tenho vontade de ficar aqui.
- Venha quantas vezes você quiser. Mas não esqueça, traga coisas boas senão, não conseguirá achar o caminho.
Fiquei mais um tempo e quando olhei para cima, já havia caído a noite. Mas onde estava, havia claridade e comecei a rir de mim mesma. Do medo que havia sentido em ficar no escuro e de não saber o que tinha que fazer com aquele bendito caderno.
Acordei com a sensação que tudo havia acontecido realmente e quase não parava de pensar como gostei do passeio noturno que fiz...
Que pena que eu não faço análise, seria um prato cheio...

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