terça-feira, outubro 31, 2006
A última gota
segunda-feira, outubro 30, 2006
Sentimentos
domingo, outubro 29, 2006
As Três Velhas
Era uma vez três irmãs, todas as três jovens: uma tinha sessenta e sete anos, a outra setenta e cinco e a terceira noventa e quatro. Essas moças possuíam uma casa com um belo balcão, e este balcão tinha um buraco no meio, para ver as pessoas que passavam pela rua. A de noventa e quatro anos viu passar um lindo jovem; depressa, pegou seu lencinho mais fino e perfumado e, enquanto o jovem passava sob o balcão, deixou-o cair. O jovem recolheu o lencinho, sentiu aquele odor suave e pensou: " Deve ser de uma belíssima donzela". Deu alguns passos, voltou e tocou a campainha da casa. Uma das três irmãs veio abrir e o jovem lhe perguntou:
- Por favor, nesta casa reside uma moça?
- Sim, senhor, e não é só uma!
- Faça-me um favor: gostaria de ver a que perdeu este lenço.
- Não, sabe, não é permitido - respondeu ela - , nesta casa é costume não poder ver a mulher antes do casamento.
O jovem já se deixara envolver, imaginando a beleza daquela moça, e disse:
- Não faz diferença. Casarei com ela mesmo sem vê-la. Agora vou ter com minha mãe para lhe dizer que encontrei uma belíssima jovem e quero desposá-la.
Foi para casa e contou tudo à sua mãe, que lhe disse:
- Querido filho, pense bem no que faz, cuidado para não ser enganado. Antes de fazer uma coisa dessas é preciso pensar bem.
E ele:
- Para mim dá no mesmo. Palavra de rei não volta atrás. - Pois aquele jovem era um rei.
Volta à casa da noiva, toca a campainha e sobe.
Aparece a mesma velha e ele lhe pergunta:
- Só uma coisa, a senhora é a avó dela?
- Sim, sim: a avó dela.
- Já que é avó dela, faça-me este favor: mostre-me pelo menos um dedo daquela moça.
- Por enquanto não. é preciso que venha amanhã.
O jovem se despediu e foi embora. Assim que ele saiu, as velhas fabricaram um dedo falso, com um dedo de luva e uma unha postiça. Entretanto, roído pelo desejo de ver aquele dedo, ele não consegui dormir à noite. Amanheceu, vestiu-se, correu até a casa.
- Senhora- disse à velha - , estou aqui: vim para ver o dedo de minha noiva.
- Sim, sim - disse ela - , já, já. Poderá vê-lo por este buraco da porta.
E a noiva exibiu o dedo falso pela fechadura. O jovem viu que era um belíssimo dedo; deu-lhe um beijo e colocou nele um anel de diamantes. Depois, loucamente apaixonado, disse à velha:
- Vovó, fique sabendo que desejo casar o mais breve possível, não posso mais esperar.
E ela:
- Amanhã mesmo, se quiser.
- Muito bem! Caso amanhã, palavra de rei!
Ricos como eram, podiam providenciar as núpcias de um dia para o outro, já que não lhes faltava nada; e no dia seguinte a noiva se preparava com a ajuda de suas duas irmãzinhas. O rei chegou e disse:
- Vovó, estou aqui.
- Espere aqui um momento, que já vamos trazê-la.
As duas velhas vieram conduzindo a terceira pelo braço, coberta por sete véus.
- Lembre-se bem - disseram ao noivo - , até chegar ao quarto nupcial, não é permitido vê-la.
Foram à igreja e casaram-se. Depois o rei queria que participassem de um banquete, mas as velhas não permitiram.
- Sabe, a noiva não está habituada a estas coisas.
E o rei teve que calar-se. Não via a hora que chegasse a noite, para ficar sozinho com a esposa. Mas as velhas acompanharam a mulher até o quarto e não o deixaram entrar porque tinham que despi-la e colocá-la na cama. Finalmente ele entrou, sempre com as duas velhas atrás, e a esposa estava debaixo das cobertas. Ele se despiu e as velhas foram embora levando o candeeiro. Mas ele trouxera uma vela no bolso, acendeu-a e quem encontrou pela frente?
Uma velha decrépita e enrugada!
A princípio, ficou imóvel e sem palavras devido ao susto; depois, foi tomado de uma raiva tão grande, que agarrou a mulher com violência, levantou-a e a fez voar pela janela.
Sob a janela havia uma pérgola de uma vinha. A velha arrebentou a pérgola e ficou pendurada num pau pela fímbria da camisola.
Naquela noite, três fadas passeavam pelos jardins: passando sob a pérgola, viram a velha balançando. Diante de tal espetáculo inesperado, todas as três fadas explodiram em risos, tanto que no final sentiram a barriga doer. Mas, quando pararam de rir, uma delas disse:
- Agora que rimos tanto às suas custas, temos que lhe dar uma recompensa.
E uma das fadas adiantou-se:
- Claro que vamos lhe dar. Ordeno, ordeno que você se torne a mais bela jovem que se possa ver com dois olhos.
- Ordeno, ordeno - disse a outra fada - que você tenha um belíssimo marido que a ame e proteja.
- Ordeno, ordeno - disse a terceira - que você seja uma grande senhora por toda a vida.
E as três fadas foram embora.
Assim que clareou, o rei despertou e se lembrou de tudo. Para certificar-se de que tudo não havia passado de sonho horrível, abriu as janelas para ver aquele monstro que havia jogado lá embaixo na noite anterior. E eis que vê, apoiada na pérgola da vinha, uma belíssima jovem. Pôs as mãos na cabeça.
- Coitado de mim, o que fiz!
Não sabia como fazer para trazê-la para cima; por fim, pegou um lençol da cama, jogou-lhe uma ponta para que pudesse agarrar e a puxou para o aposento. E quando a teve ao seu lado, feliz e ao mesmo tempo cheio de remorsos, começou a lhe pedir perdão. A esposa o perdoou e assim passaram a entender-se muito bem.
Depois de algum tempo ouviu bater.
- É a vovó - disse o rei. - Entre, entre!
A velha entrou e viu na cama, no lugar da irmã de noventa e quatro anos, aquela belíssima jovem. E essa belíssima jovem, como se não houvesse acontecido nada, disse-lhe:
- Mas como é que você se tornou assim tão jovem?
E a mulher:
- Silêncio, silêncio, por caridade! Se soubesse o que fiz! Deixei que me aplainassem!
- O marceneiro!
A velha voou até o marceneiro.
- Marceneiro, poderia me dar uma aplainada?
E o marceneiro:
- Oh, por Deus! Certo que a senhora é magra como uma tábua, mas se eu a aplainar, vai direto para o outro mundo.
- Nem pense nisso, senhor.
- Como: não penso? E depois que eu a tiver matado?
- Não pense nisso. Dou-lhe uma moeda de ouro.
Quando ouviu a palavra " ouro " , o marceneiro mudou de idéia. Pegou a moeda e disse:
- Deite-se aqui no banco que aplaino quantas vezes quiser. - E começou a aplainar uma bochecha.
A velha deu um berro.
- Como é que é ? Se gritar, não fazemos nada.
Ela se virou para o outro lado, e o marceneiro lhe aplainou a outra bochecha. A velha não gritou mais, estava morta.
Da outra nunca se soube que fim levou. Se foi sufocada, degolada, morta em sua cama ou quem sabe onde: não se pode saber.
E a mulher ficou sozinha em casa com o jovem rei, e foram felizes para sempre.
sexta-feira, outubro 27, 2006
The end
Na minha adolescência eu era alucinada por The Doors...tinha aqueles posters na parede do quarto e o Jim Morrison com aquele olhar lisérgico no meu caderno.Poderia ouvir as músicas sem enjoar, 20 vezes e ainda tinha a mania besta de achar que só eu poderia conhecer algo tão bom como o The Doors. Em todos os lugares, só se ouvia música sertaneja,meus amigos, minha família e achava-me um peixe fora d'água. Mas tudo bem,um dia eu conheci uma pessoa que gostava, e que até dividiu seu walkman comigo. Eu comecei a escutar "Light My Fire" e levei a sério demais... Que besteira! Hoje não tenho os mesmos interesses, passei tanta coisa e não tenho aquela ingenuidade. Ainda bem...transformar é evoluir de certa maneira. E sabe o que sobrou do The Doors hoje,no meu pensamento:
" This is the end
quarta-feira, outubro 25, 2006
Fale com Ela
A primeira vez que assisti este filme, achei um tanto melancólico e trágico. Que bom ter uma segunda chance e perceber que na verdade é um filme encantador.
Tudo é uma questão de momento.
Talvez não seja tão surreal, acredito ser possível acontecer um amor assim. Pois esse sentimento não navega nas águas da certeza. É imprevisível e nunca poderemos saber quando e porque surge...ou acaba...
terça-feira, outubro 24, 2006
País das Maravilhas
Queria achar um coelho maluco, como o da Alice do País das Maravilhas!
Ele sempre me irritou, porque fala do tempo.
E odeio ver o tempo passar, insosso e querendo me atropelar. Igual o maldito coelho!
Eu não machucaria ele,nem faria nenhuma maldade, mas seguraria no pescoço e diria:
-Pára!!! Não me lembre de tudo aquilo que não fiz! Não me lembre que o tempo passou mais rápido do que tudo aquilo que eu poderia realizar! Vem aqui... vamos tomar um chá e comer uns bolinhos de chuva...
Mesmo esperneando,eu não o soltaria até se acalmar.
Vendo que eu não daria chance, acabava sentando. Por que sou persistente.
E assim,de alguma maneira tomaria conta dele. Pelo menos não me irritaria. Compreenderia melhor, que no fundo ele me avisa:
-É tarde! É tarde! Ai, ai meu Deus!
Não é tarde pra mim. Eu tenho que ver outras coisas, conhecer outras paisagens e sabores.
Tanto ainda, que tenho que começar logo. Fazer meu paraíso interno vir a tona. Depois disso, o tempo, as frustrações e mágoas não terão o menor sentido...
Estou fazendo as pazes comigo, já é um bom começo!
segunda-feira, outubro 23, 2006
Uma madrugada...
O que mais pode dar errado?
Não sei porque deixei tanta gente tomar conta da minha vida assim...e quando achei que poderia falar sempre,abrir meu coração sem medo de revelar aquilo que sentia, percebi o dissabor do julgamento e da incompreensão. Volto a pensar na verdadeira razão das pessoas perderem a fé umas nas outras. Será que é uma utopia lastimável acreditar que exista bondade de formas tão inusitadas, que podem trazer uma luz durante um período tão conturbado?
Minha não aceitação das coisas começa a tomar uma forma, que misturada a toda uma caminhada, revela-se tão discrepante que assusta,causa espanto... mas sou eu mesma,de sempre, tentando apenas achar um rumo certo pra mim mesma. Tomando as rédeas, aos poucos...
Fiquei chateada demais, eu sempre fico com as reações que não espero daqueles que eu amo. Por que achar que não tenho condições de tomar decisões que só competem a mim? Por que desconsiderar que posso ter meu livre arbítrio nas coisas e que tenho consciência dos resultados? Por que vou ter sempre alguém pra me dizer que não sou capaz?
São perguntas que meu coração faz, em momentos de não concordar com nada que vejo ao meu redor.
Também espero demais, faço de menos. Que importa agora! Bela ajuda pra quem já estava vacilante!
domingo, outubro 22, 2006
Paciência
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer sabe vida é tão rara (Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não)
Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara (tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não...a vida não para)
Lenine
Ando sem paciência,sem saco e sem graça...
sábado, outubro 21, 2006
Tormento
Tormento
Agonia, tristeza, dor em uma imensidão de caos interno
parte de um todo que se foi a deixar uma alma em solidão
Lágrimas de desespero
dor sem presença de chaga
ferida que não libera sangue
mas tormento de considerável força
Frustrante realidade fria e um coração distorcido em mágoa
em tristeza que leva à raiva
e raiva que leva ao ódio
Olhos que buscam uma razão
inundados por rios de lamento sem respostas
e sem rumo
pois do céu não cai o conforto...
Inconformável certeza de uma perda
dor de aparência infinita
agonia que açoita o núcleo da alma
como uma lança banhada em tristeza
Lembranças do que foi um dia
amanheçer em caloroso afeto
tão longe ao passar dos tempos
tão dolorosas lembranças
Um mundo vasto e frio girando em volta
sem descanso
mundo que faz lembrar momentos precursores de uma angústia
Questões que cruzam a mente
sobre um amanhã
incerto e turvo
glórias e alívios de alegria
ou trevas e infernal desesperança?
(por Fabio de Oliveira)
sexta-feira, outubro 20, 2006
Dia de Fúria
quinta-feira, outubro 19, 2006
Choveu hoje...
Sair na chuva e deixar que tudo se resolva. Andar por aí sem qualquer medo de gripe ou pneumonia. Simplesmente sentindo as gotas caprichosas escorrerem pelo rosto. De repente, um pensamento incontido surge, uma vontade desesperada de chorar. Um convite que não se perde,de esconder na chuva toda a mágoa daquilo que não se pode ter.
terça-feira, outubro 17, 2006
Esquadros
Adriana Calcanhotto
Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar Cores de Frida Kahlo, cores
Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve
E como uma segunda pele, um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Eu quero chegar antes
Pra sinalizar o estar de cada coisa
Filtrar seus graus
Eu ando pelo mundo divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome dos meninos que têm fome
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela(Quem é ela? Quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde
Transito entre dois lados, de um lado
Eu gosto de opostos
Expondo meu modo, me mostro
Eu canto para quem?
Eu ando pelo mundo e meus amigos, cadê?
Minha alegria meu cansaço?
Meu amor, cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado .
Cidade dos Anjos
Tantas são as razões para nossa volta aqui na Terra, espiações, aprendizagens e ações para iluminar a vida de todos que nos cercam...mas resolvi que minha " Caixa de Pandora" estava abarrotada, que eu não tinha condições de deixá-la trancada e o laço de repente se partiu...
Ainda vejo meus demônios sairem, mas eles vão embora. A Culpa e o Medo, ah, esses parecem encantados por mim...
Vou ter que apressar a Esperança, que ainda bate lá no fundo da caixa, pelo menos eu já sei que ela está lá. Mas ela também não deixa de ser cruel, porque ela tem seu tempo, e o tempo é incerto...
Agora, não devo esquecer que o demônio Solidão me disse adeus, porque sempre há anjos a nos protegerem. Eu descobri que tenho o meu, longe, belo e terno, a dizer que " A Vida é Bela!", apesar de tudo aquilo que não é possível, tocou uma melodia, acalmou todos os demônios,mas me avisou: " É a sua vez,não desista de seus sonhos e principalmente de você!"
E desistir de si próprio é algo que pode ser muito mais cruel que a morte, porque é a morte em vida!
domingo, outubro 15, 2006
Professoras!!!
quinta-feira, outubro 12, 2006
Dia das Crianças
Nesta semana, os canais infantis da tv a cabo estavam todos abertos.Quanta bondade! É claro que sem nenhum interesse de mídia...bombardearam os intervalos com todo tipo de brinquedos que se possa imaginar. Meus filhos não seriam diferentes, ficaram doidos pelas novidades, mas querer não é poder e sem chance de comprar a Miracle Baby e a pista Hot Wheels, que somando dariam a bagatela de 800 reais! Conversei com as crianças e consegui convencê-los a não esperar por brinquedos tão caros. E depois de 7 anos, tive a grande idéia de não levá-los para comprar o presente. Sábia decisão! Pois o que me esperava foi estarrecedor...uma visão do inferno!
Fui até ao shopping. Essa foi uma idéia tola, pois não havia me lembrado que quando há um feriado, o pessoal do interior do Estado loca ônibus e vem de caravana passear no shopping. Começa aí a tragédia... Onde se olhava havia uma fila, fila pra tudo!
Mas eu estava calma...fui até a Ri Happy e era ridículo ver tanta criança se jogando no chão como um pião doido, rodopiando no mínimo espaço da loja, e os pais atônitos observando a performance dos filhos. Pensei: " Olha do que me livrei..." A fila da loja se dividia em três, longas, demoradas e desorganizadas. Adeus maletinha Hot Whells ( que só achei lá), fui para outra loja, mas nada diferente, os mesmos piões, as mesmas caras de tacho e as filas. E olhei para a livraria...vazia, sem fila. Que triste, mas tudo bem. Afinal é toda uma cultura, nem meus filhos iriam querer apenas (apenas?) livros...
E lembrei que estava com fome. E um MilkShake do Bob's sem ninguém pra me lembrar das "trocentas" calorias foi minha escolha. Na fila, lógico, observava a indecisão de quem estava sendo atendido, mas ainda estava calma...até que chegou minha vez...muito tempo depois...e acabou o Ovomaltine. Aí sim eu fiquei brava! Bem na minha vez! Mas já que estava lá e fazer o número do pião doido na minha idade seria camisa de força na certa, resolvi pegar o que tinha, mas o médio, em protesto!
Basta! Fui embora...de mãos vazias...E quando abri a porta de casa os anjos vieram correndo me perguntar:
- Cadê mãe?!
- A mamãe teve uma idéia. Vamos comer sobá na feira e vocês me ajudam a escolher uma lembrancinha de dia das crianças.
- Oba!
Na feira, aquele festival Made in China...
Mas eis que minha filha avista uma maletinha de artes. E agarra-se nela como se fosse um pequeno tesouro.
- Mãe esse pode? É fora do orçamento?
- Não esse está no " orçamento"...
Pedro logo viu um Power Ranger Verde e se contentou com ele. Mas tadinho, levou também uma sacola cheia de dinossauros.
Assim o saldo de presentes deu apenas 30 reais. Vamos presentear os primos então.
E foi uma festa escolher presentes para DAR para os primos. Uma alegria!
E no dia das crianças, a sala cheia de obras de artes e eu tropeçando ( e fincando o pé nos chifres do bendito Tricerátops), e o Power Ranger tirando uma fina do meu nariz ( pois ele estava voando de um lado para o outro para salvar o Estegossauro).
Bom...assim foi mais um dia das crianças...Parabéns para todas e não tiranizem seus pais!
Caçador de mim
Caçador de Mim
Milton Nascimento
Composição: Luís Carlos Sá e Sérgio Magrão
Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim
Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim
Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir as armadilhas da mata escura
Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir o que me faz sentir
Eu, caçador de mim
terça-feira, outubro 10, 2006
Uma forcinha
Mas num dia como o de hoje, eu recebi mais do que esperava. E veja só, como seria possível descrever isso? Uma vitória. Um ponto a mais. Nada disso. Cada acontecimento tem sua importância particular. Um milhão de sorrisos, um tanto de beijos, a gritaria das crianças ou apenas o silêncio diante de um bolo tão bonito.
-Posso comer?
-Posso brincar?
-Posso pular?
-Posso dançar?
-Posso pegar?
-Posso molhar mesmo?
-Afinal? Posso ser criança?
Seria simples deixar tudo na minha memória, guardar com sete chaves...mas não dá. Eu não consigo.
Eu posso ir dormir com a sensação boa do sim, meu sim pessoal que me diz que fiz tudo ao meu alcance e não haverá ofensa, mal dizer ou hipocrisia que vá me fazer curvar diante da minha imensa alegria de colher frutos tão belos.
Além disso, desta vez ao voltar pra casa,não vim acompanhada de solidão, de gosto de amargura ou pior, daquele vazio que eu nem sei porque eu permito deixar em meu peito, eu vim com o coração levinho, um sorriso bem maroto e ,confesso, ao olhar pra dentro de mim, senti que estou viva e a vida é algo que eu amo,sendo assim,viver com mais dignidade deverá ser minha incansável busca. E o Não ,esse já ficou pra trás,revestido de total desprezo.
domingo, outubro 08, 2006
Meu caminhar
Acordei de um sono profundo, quase mórbido. E quando enfim abri meus olhos, percebi que estava sozinha.
Deixei pelo caminho sentimentos e pessoas. Olhei ao redor e só restou a solidão. Poderia ter ficado horas, dias ou uma vida inteira ao largo da minha estrada, vendo tudo indo, indo embora. Mas quando percebi que os meus sonhos e desejos estavam partindo, não pude ficar. Coloquei-me a caminho. Quanto mais tudo se distanciava, mais eu corria. Talvez ainda pare para tomar um fôlego, para aliviar as faltas e repensar a tragetória. Mas tenho ânimo, esperança e meus olhos bem atentos a tudo o que posso observar no caminho. Cada sutileza, cada mão a me acenar, cada sorriso que recebo ainda faz a diferença. Parei de culpar os outros pela minha própria fraqueza e assim livrei-me de muito peso e muita coisa inútil. Não sei nunca o que me espera, ainda me irrito ou me assusto com as surpresas, mas quem sabe elas não me fortaleçam a cada dia. Hoje vou seguir e espero que encontre tudo aquilo que mais desejo, ser apenas feliz. No fim mesmo, tenho aquilo que mereço,pois sou a única responsável pelo meu caminhar.
sábado, outubro 07, 2006
Tocando em Frente
Gosto muito das músicas do Almir Sater. Seus shows são raros por aqui, infelizmente...Hoje haverá um no Palácio Popular da Cultura e não dá para perder. Tomara que eu não precise ir sozinha...
Ando devagar porque já tive pressa
Procurando um palhaço!
Não imaginava o quanto seria difícil encontrar um palhaço. Procurei, fui atrás e nada. Encontra-se apenas pseudos palhaços, que de engraçados não têm nada. Piadas de mal gosto, apelidos que ofedem e uma postura totalmente avessa da alegria, do riso e da fantasia infantil.
Ah...que saudade do Carequinha, que deve revirar-se no túmulo com esses infelizes que acreditam que para fazer uma criança sorrir, qualquer besteira serve.
sexta-feira, outubro 06, 2006
Música Celta
Loreena Mckennett
terça-feira, outubro 03, 2006
Além dos Sentidos
Estranho como certas ocasiões nossos sonhos possam ser tão intensos, bonitos e reveladores. Desde criança em minha família tínhamos o costume de contar no café da manhã aquilo que havíamos sonhado. Pena hoje em dia eu não o faça mais...
Eu estava num lugar de extrema paz, perto de uma nascente e ocupada com um caderno de anotações. Parecia ter que escrever algo muito importante, mas não estava conseguindo. Ou se escrevia, logo que eu olhava desaparecia o que eu havia feito. E fui percebendo que começava a escurecer...como eu poderia terminar aquilo que era para eu fazer? Então apareceu uma figura muito familiar e querida e logo foi dizendo que eu tinha que parar de prestar atenção no escuro que nem havia chegado, e começar a escrever. Eu fiquei um pouco chateada e com certa vergonha perguntei:
- Mas afinal, o que tenho que escrever aqui?
- Escreva tudo aquilo que você deseja aos que você ama. Amanhã você terá que voltar, e depois e depois.
- Nossa, mas vou me cansar! E o que pode acontecer se eu esquecer ou não souber o caminho para vir até aqui?
- Olhe bem à sua volta.
Quando eu olhei para os lados, eu pude perceber que conhecia bem aquele lugar e senti que estava perto da casa da minha mãe. E fui andando na beirada do riacho e vendo muitas pessoas conhecidas. Todas com tanta alegria no olhar que me senti verdadeiramente feliz e segura. Então eu virei para esta pessoa que me acompanhava e disse:
- Eu não tenho a intenção de desejar nada além da paz nos corações de quem eu amo, pois ela é no fundo o resultado de todas as coisas boas que lhes possam acontecer.
- Nesse caso, esqueça seu caderno. Isso era apenas um símbolo. Você tem dificuldade com coisas sutis.
- Tenho vontade de ficar aqui.
- Venha quantas vezes você quiser. Mas não esqueça, traga coisas boas senão, não conseguirá achar o caminho.
Fiquei mais um tempo e quando olhei para cima, já havia caído a noite. Mas onde estava, havia claridade e comecei a rir de mim mesma. Do medo que havia sentido em ficar no escuro e de não saber o que tinha que fazer com aquele bendito caderno.
Acordei com a sensação que tudo havia acontecido realmente e quase não parava de pensar como gostei do passeio noturno que fiz...
Que pena que eu não faço análise, seria um prato cheio...
segunda-feira, outubro 02, 2006
domingo, outubro 01, 2006
Encantamentos
Mensagens...com o corpo, com a pele, com a alma.
Toques...suaves, intensos e precisos.
Beijos...ardentes, saborosos e macios.
Abraços...envolventes, seguros e contínuos.
Amor..renascer e transformar...sempre!