As Sandálias do Pescador

"Custa tanto ser uma pessoa plena, que muitos poucos são aqueles que têm a luz ou a coragem de pagar o preço... É preciso abandonar por completo a busca por segurança e correr o risco de viver com os dois braços. É preciso abraçar o mundo como um amante. É preciso aceitar a dor como condição da existência. É preciso cortejar a dúvida e a escuridão como preço do conhecimento. É preciso ter uma vontade obstinada no conflito, mas uma aceitação total de cada conseqüência do viver e do morrer..."

Morris L. West

Durante a aula, vejo meus alunos na euforia de preparar um seminário...tantas idéias fervilhando...eles têm apenas 8 anos de idade, mas são uma geração de crianças bombardeadas por informações e estímulos. Sabem o que precisam organizar, o conteúdo bem assimilado...o céu? Não! A maior dificuldade está em aceitar o outro. Não conseguem abrir mão de suas vontades, querem comandar sem diálogo ou pior ainda, não escutam uns aos outros... Pergunto-me que modelos estão recebendo para agir assim? Que estrutura familiar e que ambiente escolar estão inseridos? O desafio de aceitar o outro...essa lição terá que ser a cada dia lembrada, trabalhada com muito carinho por mim...deve fazer minha parte e não deixar que se perpetue o autoritarismo!

Coldplay - The Scientist | M�sica, Videoclipes | PortalCab.com

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Planejar???

Sempre querendo ser a dona da situação, planejei que em 2002 voltaria para minha faculdade, trabalharia dois períodos, iria viajar, cursos e tudo mais. No entanto, nem tudo ocorre como esperamos, há sempre um fator surpresa que pode inevitávelmente fazer o curso de nossas vidas ir para um outro caminho...Faltando apenas cinco dias para eu colocar um mirena (diu), eis que meu marido volta de viagem.Tanta saudade, tanto amor que...Ah, janeiro, férias, Bonito, cachoeiras, parque de diversão, enjôo, desmaio...epa! Gravidez, a segunda! Fiquei dez minutos olhando para aquele exame primário no banheiro,não acreditando que era real. Fui invadida por um ímpeto egoísta e terrívelmente desumano de não aceitar a situação. Qual era a intenção do destino de pregar aquela peça comigo?! Assim, conforme ia dando a notícia, era uma tempestade de palavras," mas já!", "e agora?", "vc deve estar louca!",sem contar que o pai surtava calculando os gastos...Mas eu não sairia impune dos meus sentimentos tão mesquinhos e dos meus ouvidos que escutavam essas barbaridades...Então numa manhã, eu acordo numa poça de sangue, tão vivo que me despertou daquele torpor, daquela visão mínima, restrita que resumia-se em minhas vontades...não considerava o valor inestimável de um ser humano. No caminho para o hospital eu implorei a Deus para não perder meu bebê, arrependida por não tê-lo aceitado prontamente com o coração aberto, de não perceber o quanto aquele ser fazia-se necessário em minha vida...E ele ficou, numa pequenina chance...mas agora envolvido num amor incondicional e verdadeiro. Foram 36 semanas de um aprendizado simples...aceitar que há sonhos muito mais preciosos, que planejar é apenas uma mera intenção de querer as coisas a nossa maneira...que não podemos ter sempre o controle de tudo. Então, em meu braços e, principalmente em meu coração surge um sonho real, materializado num belo menino...Pedro. Num acalanto ele me sorri e faz com que eu perceba que a vida é muito, muito maior, avassaladora e principalmente imprevisível. Ele ilumina, renova, refaz...ele é meu menino, meu filho, meu amor!!Feliz aniversário!!! Mamãe te ama!!!

Do analógico ao digital

Lembrar da minha velha agenda toda escrita, cheia de anotações e barbaridades que eu nem ouso falar pra ninguém, causa certa nostalgia...mas esse tempo já passou,como tantas e tantas coisas que desfazemos e deixamos pelo caminho.
Há sempre algo que queremos experimentar, desafiar e acima de tudo, conquistar...então porque não deixar um pouco de lado a clausura do papel num livro fechado,pra ninguém ler, conhecer,descordar e até quem sabe saborear num lugar aberto, livre, solto...como os pensamentos..esses nem as maiores prisões conseguem encarcerar, a não ser nós mesmos com o medo de viver o novo.